Ainda sobre as JMJ em Lisboa e algo mais…

Este domingo celebramos o 38.º Dia Mundial da Juventude. Ainda ressoam, nos corações de todos, os ecos da experiência da JMJ Lisboa em forma de imagens, textos, testemunhos de quem participou e que invadem neste fim de semana as redes sociais. A este propósito, e de um modo diferente, publicamos um testemunho do nosso André, um dos nossos irmãos nesta Comunidade Estrada Clara, num texto que reflete uma outra visão tão bonita de um Deus que se deixa experimentar por cada um de nós quando abrimos o nosso coração à VIDA!

𝗔𝗶𝗻𝗱𝗮 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮𝘀 𝗝𝗠𝗝 𝗲𝗺 𝗟𝗶𝘀𝗯𝗼𝗮 𝗲 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝗺𝗮𝗶𝘀 – texto de André Oliveira, Comunidade Estrada Clara

“Este ano não tive oportunidade de participar nas Jornadas apesar de elas até serem no que agora chamo de minha cidade. Em 2011, ter tido a oportunidade de ter ido a Madrid às Jornadas foi, sem dúvida, uma das melhores experiências que tive. Lembro-me de ficar arrebatado com a atmosfera que é de ter milhões de pessoas a viver e sentir o mesmo Amor. Poderá parecer engraçado, mas até uma simples chuva num descampado era um momento de alegria (para os que estavam presentes lembrar-se-ão da dança da chuva para ver se acalmava a tempestade).

Este ano, ouvi, várias vezes pela televisão, a pergunta “O que esperam das Jornadas”. Penso que não se pode esperar nada, mas tudo ao mesmo tempo. As Jornadas foram muito mais do que os ensinamentos nas paróquias, as orações nas igrejas, as missas, as visitas a museus e passeios pela cidade e os momentos de silêncio. Tudo momentos que nos acalentam e impulsionam para celebrar a nossa Fé.

Mas este ano não participei por opção e porque a vida me trouxe uma forma nova de viver o Amor de Cristo. Acredito que existam várias fases da nossa vivência com Deus. Umas mais entusiastas em que o exponente máximo será provavelmente as Jornadas, mas existe uma outra fase onde é a vivência com um novo ser que nos faz acreditar mais no Amor. A simplicidade de ter um bebé nos braços a adormecer enche-nos de tal forma de Amor que é inexplicável. Tal como muitos jovens encontram um novo entusiasmo quando vão às Jornadas, eu encontrei agora com a minha filha.”

Sara

Ela sabe.

A Sara. Um ser de luz que sem saber é parte da nossa vida. Por isso, hoje, estamos tristes, carregados de perguntas difíceis, dominados pela impotência, frágeis perante a dureza de uma partida tão prematura.

A Sara. Um ser de luz que sem saber foi nossa parceira na dinamização dos nossos primeiros grupos de catequese para adolescentes. Quando iniciamos esta atividade na nossa paróquia, muito pouco ou quase nada existia que nos pudesse servir de base de trabalho. As sugestões dos catecismos estavam desfasadas da realidade dos jovens, a Internet não estava acessível como hoje em dia e nós éramos dos poucos animadores a trabalhar com adolescentes. Já nessa altura sabíamos que era fundamental trazer o mundo, a sociedade, os ambientes em que os adolescentes vivem, os seus gostos e vontades para o grupo cristão. Durante os primeiros anos, fomos “salvos” pela música e pelas palavras da Sara. Com as suas canções preparamos temas, fizemos grupos de partilha, falamos do que é isto de ser cristão, abrimos novos horizontes, guiamos os jovens para a beleza. Um dos temas preferidos dos adolescentes era o das escolhas que trabalhávamos a partir de uma das canções da Sara, precisamente chamada “Escolhas”. Os primeiros momentos de oração que os nossos adolescentes viveram foram com a canção “Eu sei”, escrita pela Sara e inspirada no salmo 139. Anos mais tarde, o Jorge também fez uma das suas músicas mais luminosas a partir deste mesmo salmo. O primeiro CD com as músicas originais da Sara, o “Mi Ma Bô”, foi a genuína banda sonora dos dias felizes, simples, cheios de vida, de abraços e de gratidão dos nossos encontros de verão em Caminha.

A Sara. Um ser de luz que sem saber é a personificação da parábola dos talentos, precisamente o Evangelho deste domingo (nada é por acaso…). A Sara. A quem muito foi dado e que muito soube dar, doar, multiplicar. Que fez das fragilidades força, dos obstáculos trampolins, das incertezas hinos de vida.

A Sara. Afinal, ela sabe. Sempre soube. Mais do que qualquer um de nós. Ela sabe que a luz é mais forte que as sombras e a eternidade está na música que damos. Ela sabe que a beleza está onde o amor é irmandade.

Obrigada, Sara!

Uma geração em caminho

Reflexão para o mês de novembro de 2023

Texto de Ana Luísa Marafona, Comunidade Estrada Clara

“Esta é a geração dos que procuram a vossa face, Senhor” (Salmo 24)

A fotografia que acompanha este texto tem quase vinte anos e retrata uma das partes do nosso musical “Jesus é Vida!”. Na primeira parte deste musical, um grupo de jovens junta-se para fazer um trabalho para a escola acerca da figura de Jesus Cristo. Entre pensamentos e opiniões, músicas e danças, perguntas e respostas, esta primeira parte encerrava com a conclusão a que aquele grupo chegou: Jesus foi muito mais do que uma figura histórica relevante e é Ele que continua a ser aquele que nos faz caminhar, navegar, seguir nesta viagem que é a vida toda de todos os dias. Vinte anos passados, esta figura de Jesus continua a provocar a mesma procura, a mesma inquietação, o mesmo desejo de conhecimento. E muitos jovens daquele grupo, agora já mais adultos, continuam, em comunidade, a percorrer uma Estrada Clara de descoberta e de procura…

Num dos dias litúrgicos mais luminosos do ano, a Solenidade de Todos os Santos, cantávamos, com o salmista, “Esta é a geração dos que procuram vossa face, Senhor.” Dei por mim a pensar nesta geração a que o salmista faz alusão, a esta geração que procura encontrar o seu maior tesouro – Deus! Sempre essa grande questão da Humanidade! A procura de Deus. A palavra que mais grita neste salmo é esta, a da geração. Da geração que procura, que vai em busca, que quer descobrir. Não uma geração estática, parada, imóvel. Mas uma geração que caminha, que faz caminho, que se projeta no futuro a partir do presente. Que assume certezas e dúvidas, respostas e perguntas. Que carrega medos e dores, alegrias e euforias. Uma geração que se levanta e vai. Uma geração que não desiste, mas insiste em ser, em ir, em fazer. Esta é a nossa geração. Estes somos nós. Com as nossas luzes e sombras, qualidades e defeitos. Filhos amados de um Deus que é Amor e que, por isso, é por nós procurado. Muitas vezes, não lhe sabemos dar um nome, uma identificação. Sabemo-nos à procura, mas receamos dizer que é Deus quem nós buscamos. Mas Ele está à nossa espera. É Ele que é a nossa espera, o nosso tesouro, a pérola encontrada.  

No salmo, o autor não se refere à geração como sendo acabada, terminada, que procurou e encontrou o que queria. Pelo contrário, ele faz referência à geração que continua a procurar, a viver. Porque a vida é este processo inacabado, de formação, de construção, de corta e volta a coser, de avanços e recuos. Cada um de nós é este processo. Único. Original. Com o seu modo próprio de olhar, de rir, de falar. Somos o que seremos, dizia o professor Costa Santos no Curso Teológico-Pastoral que frequentámos. Somos o que seremos porque nada está terminado, fechado, encerrado. A última palavra não é a nossa. Nós estamos a ser. Nas nossas escolhas e opções. Somos em liberdade. Deus não nos impõe nada. Deus apenas propõe. Um caminho, uma via, uma estrada.

Há um paradoxo no caminho sugerido por Jesus Cristo: só nos podemos encontrar a caminho quando confiamos naquilo que não vemos, naquilo que desconhecemos. O Cristianismo não é uma apólice de seguro, não nos faz imunes à tristeza e ao sofrimento, não nos garante uma vida despreocupada e imune a bloqueios. Mas o Cristianismo dá-nos a garantia de que há um Deus que me ama, independentemente das minhas fragilidades, das minhas dúvidas, dos meus abismos. E quanto mais eu me aproximo deste Deus, quanto mais eu me disponho a conhecê-lo, quanto mais eu o procuro, mais eu me sinto seguro, tranquilo, amparado. E sigo caminho. E este caminho é muito mais completo quando é feito em conjunto, em comunidade. O salmista não menciona o “Eu” que procura a face de Deus, mas sim toda uma geração, uma família, uma comunidade que caminha. Seguir Jesus Cristo não é um percurso solitário. Seguir Jesus Cristo é escolher viver o nós, os outros, na comunidade. Por isso, ser cristão é uma tarefa, simultaneamente, exigente e libertadora, bela e dorida. Somos cristãos porque o somos com os outros. E isto implica confiança e entrega, disponibilidade e acolhimento.

Um dos obstáculos que nos impede de querer pertencer a esta geração que procura é a necessidade que humanamente temos de mapas, guias, orientações concretas que nos salvem da imprevisibilidade e das casualidades. Desejamos, em maior ou menor grau, um manual de instruções para todos os acontecimentos da vida, horários que nos salvem do que não sabemos, orientações que nos protejam do que não vemos. Mas a vida é tudo menos estanque. A vida é movimento que nos põe em movimento, é dança incontrolável que nos leva nas asas do vento, é desafio a ser abraçado e resolvido.

Outro destes obstáculos é o orgulho, a auto-suficiência. Julgamo-nos tantas vezes superiores à vida, senhores dominadores dos acontecimentos, mestres de planos traçados e intransigentes. Achamos que não precisamos de aprender a olhar a vida com humildade e serenidade e acabamos por deixar que a vida nos aconteça muitas vezes ao acaso. Recusamo-nos a olhar o que nos é dado viver com a alegria das pequenas coisas, com a beleza dos detalhes escondidos, com o coração a bater no ritmo da irmandade. Usamos a desculpa da falta de tempo quando o erro está no uso que fazemos desse tempo que nos é dado.

A Igreja é constituída por homens e mulheres em caminho, na vida de todos os dias, que escolhem não desistir, não ceder, não parar. Que trazem consigo as quedas, mas também a alegria da elevação. Que se abandonam nas redes da confiança que se fortalecem entre quem se sente e é irmão no Amor. Que tantas vezes se afastam da própria Igreja, mas que, mais tarde, a ela voltam para retomar este caminho interrompido e continuar a procura desejada.

Somos esta geração. Jovens e adultos. Hoje. Com etapas vividas, percorridas, atravessadas. A geração variada, múltipla que segue o caminho. Que é viajante, nómada, enamorada. Que é peregrina. Que sonha e desespera. Que acredita e questiona. Que não sabe onde vai chegar, mas sabe com quem caminha. Que valoriza a procura, o processo mais do que o resultado ou a conclusão. Que não se deixa cristalizar ou instalar no defeito, no egoísmo, no individualismo. Que pode partir de diferentes pontos, mas que se encontra na busca pela essencialidade. Que aceita fazer viagem na lógica do provisório, do incerto, do imperfeito. É uma geração em movimento, em trânsito repleto de encontros e reencontros. Porque, ao estar em procura, esta geração está a ser, a fazer-se, a acontecer-se. E isto é o que verdadeiramente importa! Todos os anos, ouvimos o salmista louvar esta geração. Daqui por muitos anos, o salmista continuará a exaltar esta mesma geração que será a do tempo futuro. Isto é a magnificência de Deus, que nos encontra a todos no sítio certo, no tempo desejado, no caminho vivido. Que saibamos continuar a fazer estrada juntos, entrelaçados em abraços de alegria, em risos de comunhão, em cânticos de festa. De mãos dadas e a caminho. Com Ele, por Ele e para Ele.

Um texto de gratidão

Um texto de gratidão. A todos, por todos e para todos. O que vivemos esta semana contrastou com as intempéries climatéricas que têm assolado o nosso país. Enquanto no exterior temos enfrentado vento e chuva, no interior da nossa Comunidade fomos alegria e partilha. Como tantas vezes temos dito, este contraste não acontece por acaso. Uma vida com significado não é uma vida ao acaso, ela acontece para ser olhada e acontecida em nós e assim assumida na sua totalidade. Numa semana de memórias e de saudade, de percalços e de ausências, escolhemos não habitar nessa zona de perda e dar o salto, simultaneamente confiante e imprevisível, que nos leva ao outro lado, ao espaço da alegria, da dor que é trabalhada para dar fruto, da comunhão de vida com quem connosco caminha.

No dia 1 de novembro, lembramos a vida do Jorge nas nossas vidas numa festa que, para nós cristãos, é a maior de todas – a Eucaristia. A festa que o Jorge gostaria que lhe fizéssemos! A festa do encontro, da partilha, das palavras cantadas, da música tocada, dos abraços e dos braços no ar, na igreja que foi o seu coração durante a sua vida toda. Este é nosso lugar de pertença, de crescimento, de doação. “Esta é a geração dos que procuram a vossa face, Senhor”, cantávamos nesse dia no salmo, uma das mais belas músicas feitas pelo Jorge. Esta geração somos nós, os que seguimos. Aceitando os obstáculos e dando as mãos para os enfrentar, cantando e rindo quando tantas vezes as lágrimas nos caem. Que alegria sermos esta geração que caminha em comunidade, tal como sempre foi o desejo do Jorge!

Na quinta-feira, celebramos o 2.º aniversário do “Encontro em TI”, a nossa oração comunitária mensal na Igreja Matriz. Um sonho nosso antigo, este o de levar a nossa forma de orar para a comunidade e, assim, rezarmos juntos com a música, as palavras, o silêncio. No final, levamos esta partilha para a volta da mesa com quem, numa noite ventosa, se juntou a nós. E que convívio tão genuíno, tão simples e tão agradável, como é tudo aquilo que verdadeiramente importa!

Este é um texto de profunda gratidão. Como diria o Jorge, esta semana foi “uma riqueza”! Obrigada a vós que caminhais connosco nesta Estrada Clara! Seguimos juntos!

Celebramos a VIDA!

Hoje celebramos a VIDA do Jorge, não a morte. Festejemos e cantemos! Se possível, dancemos também e abracemo-nos em risos cheios da alegria que nasce de quem se sabe irmão. O Jorge é festa em nós e hoje somos nós essa festa que ele continua a fazer nas nossas vidas. Por isso, hoje celebramos!

Celebramos a vida do Jorge quando continuamos a ensaiar, a querer colocar as nossas vozes no sítio correto, a confiar que cada Eucaristia cantada se multiplica em Amor doado.

Celebramos a vida do Jorge quando pelas nossas palavras e gestos anunciamos um Deus que nos ama e nos faz ser aquela luz que ilumina a escuridão e que dela nos salva.

Celebramos a vida do Jorge quando continuamos a fazer das nossas fragilidades força, das nossas lágrimas risos, dos nossos medos coragem.

Celebramos a vida do Jorge quando somos mais do que os horários, do que as carreiras, do que as desculpas usadas para não estar, não ir, não fazer.

Celebramos a vida do Jorge quando o conjugamos neste tempo presente que é o indicativo de um caminho comunitário de uma vida orante e pensante.

Celebramos a vida do Jorge quando nos continuamos a juntar em volta da mesa para comermos juntos, para partilharmos histórias, para sonharmos projetos.

Celebramos a vida do Jorge quando somos casa uns para os outros, quando continuamos a conversar durante horas sobre o que nos inquieta e nos incomoda, quando pertencemos à vida uns dos outros.

Celebramos a vida do Jorge quando continuamos a escolher a confiança e o acolhimento mesmo quando são opções tão desafiantes.

Celebramos a vida do Jorge porque ele está vivo! Vivo em mim, em ti! É esta a nossa escolha, mais forte do que qualquer morte, mais poderosa do que qualquer dor, mais vitoriosa do que qualquer separação.

Por isso, hoje há festa! Vamos rir e dizer aquelas piadas nossas e tão cheias do que somos. Afinemos as guitarras, preparemos as vozes, usemos roupas bonitas, dancemos e batamos palmas. A festa que o Jorge queria que lhe fizéssemos é aquela que celebramos juntos como comunidade orante. Aquela festa que foi a sua vida toda durante mais de trinta anos, na sua paróquia. Então, venham celebrar connosco! Hoje, às 19h, na Matriz! Viva o Jorge!

Ana

Estradas Partilhadas – Encontro 1

No passado domingo, retomamos os nossos encontros de formação para consumo interno. Já há muito que gostaríamos que estes encontros tivessem acontecido, mas por vários e variados motivos, foram sendo adiados, aguardando um tempo mais favorável. E numa semana marcada por inícios e fins, por partidas e chegadas, eis-nos a viver estes encontros aos quais demos o nome de “Estradas Partilhadas” e que acontecerão uma vez por mês, num domingo à tarde. E nem nós sabíamos o quanto precisávamos destes encontros! Uma comunidade que vive e que se pretende viva precisa de se encontrar, de se despojar das atividades exteriores e de se centrar e sentar para só estar. Uma comunidade que se quer orante e pensante necessita de saber ouvir e cultivar a partilha. Uma comunidade que quer ser luz nas estradas por onde vai carece de tempo e de espaço para um diálogo íntimo e para a observação comum da vida. Estas “Estradas Partilhadas” são, para nós, um momento de partilha, de escuta, de descoberta, tendo sempre por base a confiança e a alegria que nos faz cúmplices nesta nossa irmandade. Nestes encontros, a partir de um texto, de uma frase, de um filme, de uma música, de um acontecimento, é feita uma partilha de vida entre todos os elementos presentes. Durante duas horas, fomos donos de um tempo e de um espaço para sermos juntos. Neste primeiro encontro, mergulhamos num texto do padre Nuno Tovar de Lemos, “O peixe e o mar”, e a conversa fluiu rica e tranquilamente. Falamos de nós enquanto pessoas, das nossas experiências de vida vividas à superfície e na profundidade, da relação com as escolhas nossas de cada dia, das certezas e das dúvidas que acumulamos nas nossas estradas e da nossa construção pessoal e comunitária. E quão bonitas e luminosas foram estas partilhas! Que alegria sentimos em cada palavra dada, em cada sorriso amigo, em cada gesto confiante! Não há nada mais rico do que a riqueza de podermos ser esta comunidade familiar que sente, vive, ri, chora, pensa e faz. E não há nada mais saudável do que proporcionarmos, uns aos outros, estes espaços e estes tempos para que, juntos, nos façamos mais pessoas, mais cristãos, mais humanidade. Seguimos nesta Estrada Clara!

Testemunhos – Formação Cristã de Adultos 2022/2023

Deixamos aqui registados os testemunhos de alguns elementos da Formação Cristã de Adultos 2022/2023, que fizeram connosco este percurso de educação e de partilha na fé. De outubro de 2022 a junho de 2023, às sextas-feiras, das 21h30 às 23h, na paróquia da Matriz (Póvoa de Varzim), estes jovens adultos fizeram o seu percurso na descoberta de um Deus que está sempre disponível para quem o quer acolher, construindo assim o início de uma fé adulta, pensada e experimentada, concreta, vivida em ações, participada no quotidiano e celebrada sempre em comunidade. Com estes testemunhos verdadeiros e genuínos, queremos partilhar convosco a alegria que é para nós, Comunidade Estrada Clara, sabermos que este desejo de Deus tão próprio do ser humano está e continua presente em quem O procura e nós, Comunidade, somos infinitamente mais felizes por podermos proporcionar este tempo e este espaço de partilha, de descoberta e de interiorização. Um bem-haja a todos vós, queridos formandos!

É muito simples de explicar o laço forte criado entre adultos que em Outubro não se conheciam e teriam muitas outras coisas a fazer nas suas noites de sexta: a Comunidade Estrada Clara proporcionou-nos um belo espaço de formação, reflexão e debate, ora sobre os profetas do Antigo Testamento, ora sobre as parábolas de Jesus, para além de temas abertos que nos mostram como ser cristão na sociedade moderna.

Toda a dedicação e profissionalismo da Ana, da Beatriz, da Sofia e do Carlos, ao que se iam juntando as intervenções dos próprios participantes, fizeram destes momentos um agradável espaço de aprendizagem cristã, bem longe da memorização de fórmulas que as pessoas possam associar a qualquer catequese menos conseguida.

Uma iniciativa assim fazia e faz muita falta e espero que, como o pequenino grão de mostarda, seja espalhado por várias gerações e por muitos outros lugares e ajude a robustecer os nossos tecidos sociais que por vezes nos parecem irremediavelmente fragmentados. São um soberbo exemplo das comunidades criativas que Bento XVI imaginou como o futuro do cristianismo no novo século.

Obrigado por tudo!

Toda a minha vida procurei por mim, pois tive momentos em que duvidei de mim própria. Momentos altos e baixos. Momentos em que perdi tanto, momentos em que a vida me presenteou com algo surpreendente. No fundo do meu coração eu sabia que Deus estaria a olhar para mim, pois só assim consegui superar os momentos mais difíceis. Ainda hoje não sei onde consegui forças para ultrapassar os desafios. Quando me foi dada a oportunidade de participar da formação cristã para adultos, não pensei duas vezes, tinha chegado o momento de entrega que há muito eu queria. Foram momentos fantásticos que passei na companhia deste grupo fantástico, aliás encontrei-me e finalmente posso dizer que encontrei a minha segunda casa, agora que fui descobrindo que ser cristão é muito mais do que eu pensava, afinal não basta dizer “sou cristão”. Quero continuar a participar desta comunidade de forma direta, pois apesar de tudo ainda tenho muito para aprender e quero muito continuar a aprender.
Obrigada a todos vocês que estiveram presentes nesta jornada!

Adorei frequentar esta formação, sem dúvida recomendo esta experiência! Para além de aprendermos bem mais sobre a igreja, Deus, Jesus e enriquecermos o nosso conhecimento como cristãos, também desenvolvemos um espírito crítico e percebemos que, mesmo nós cristãos, temos o direito de questionar certas coisas e entender o real motivo por detrás delas. Esta formação retira todo o tipo de tabus ou ideias fixas das quais a sociedade está normalmente repleta, a igreja não é um sítio para velhos e é muito mais do que uma simples missa. O facto de cada vez mais jovens se interessarem por atividades na igreja, desde o canto às leituras, mostra que a Igreja é meramente um sítio onde nos sentimos em casa, onde nos sentimos acolhidos, pois todos que lá frequentam acreditam no mesmo. Esta experiência fez- me abrir os olhos para quebrar essas ideias e entender muitas coisas que tinha curiosidade! Adorei o formato das formações onde muitas vezes discutíamos assuntos comuns da sociedade e bastante interessantes! Para quem tiver um bichinho de curiosidade e quiser aprofundar a sua fé, recomendo definitivamente!

Se hoje estamos casados pela Igreja, a vós, Ana Luísa, Beatriz e Paróquia da Matriz o devemos e humildemente agradecemos, pois sem este projeto da Formação Cristã de Adultos Online, a vossa dedicação e entrega, tal não seria possível! Para mim, Márcio, foi ainda mais especial, pois recebi três Sacramentos no mesmo dia: o Batismo, a Eucaristia e o Crisma. Eu, Verónica, recebi o Crisma. O nosso casamento realizou-se dias depois. Foram partilhas, o conhecimento da vida, morte e ressurreição de Jesus, dos Apóstolos que o acompanharam e o amor misericordioso de seu, nosso Deus Pai. Ficamos sensibilizados com as Parábolas presentes na Bíblia que são exemplos e ensinamentos em fazer o bem, sempre e para todos. Um gigantesco OBRIGADO! 

O meu percurso na Formação Cristã de Adultos foi fantástico!! No dia em que me inscrevi era só para poder ser madrinha! Pensei que seria algo breve e rápido!!! Mas quando se iniciou a formação, logo percebi, no primeiro dia, que não seria só uma simples formação! Pelas pessoas fantásticas que ali conheci percebi que seria uma formação diferente!! Um dos meus sonhos desde pequena era saber pegar na Bíblia e entender o que estaria a ler! E a Ana, a Beatriz, a Sofia e o Carlos ajudaram-me a interpretar a Bíblia e muitas mais coisas diria! As amizades que ali construí, pessoas fantásticas! Poderia estar a escrever sem fim que não iria terminar de tão bom que foi e as tantas coisas boas que aprendi e que me fizeram ser uma pessoa diferente, uma pessoa melhor.(atenta aos sonhos de Deus.) Mas há um ponto negativo: o facto de ter terminado…

   “Tu és fonte de Vida, Tu és fogo, Tu és amor, vem Espírito Santo, vem Espírito…”

“Confirmai-nos, Senhor, no vosso Espírito”

“- Rute, recebe por este sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus.”

“- A paz esteja contigo.”

Para mim, uma das mais belas palavras, uma das mais belas frases deste lindo dia. Em família e em Comunidade em paz, com ternura e alegria, na minha fé Cristã consciente e madura com vontade de nela continuar a caminhar assim a confirmei e o meu a Deus também. Fé, a chama serena mas firme que vive em mim sem cessar e que me faz acreditar num hoje, num amanhã melhor. Deus vive em mim, Nele confio, creio e tudo entrego! Jesus Cristo que por amor e por todos nós se entregou para nos salvar. Assim, também, com amor e por amor a Ele, com honra, fielmente vivo e transmito os seus belos ensinamentos sempre genuinamente, fazer o bem.
Mas que bela e enriquecedora experiência esta a da Formação Cristã de Adultos. A que me fez docemente percorrer no túnel do tempo reviver e, igualmente confirmar os ensinamentos de Deus que outrora foram transmitidos. Feliz daquele (es)  que com amor e por amor a Deus em Comunidade, ao ser-se Igreja e de forma voluntária partilham os seus dons. Juntos, na exploração da Bíblia e na reflexão das belas Parábolas que Jesus Cristo contava igualmente reforçam que é na simplicidade dos nossos nobres atos do dia-a-dia, de uns para com os outros de quem se dá e dá aos que mais precisam serão sempre os que mais recebem. Deus é Amor por isso, devemos assim, viver com encantamento pela vida. Devemos sempre, verdadeiramente acolher os demais para também sermos acolhidos. Devemos encorajar, respeitar, confiar, perdoar, amar, partilhar e multiplicar o amor, o amor e a misericórdia de Deus. Devemos também sempre, fazer ao outro o que gostaríamos que a nós, a mim, assim o fizessem pois, essa é a mensagem: o Amor, sempre o Amor, o amor ao Amor ao Próximo, o Amor a Deus. Neste ano, (e sempre) em que ” Há pressa no ar”, de mãos dadas e braços e abraços abertos unidos devemos continuar nesta linda caminhada de vida de Fé, de partilha e de Esperança. Porque “ninguém é Cristão sozinho” e “onde estiver o teu tesouro, aí também estará o teu coração”, na graça de Deus sê feliz e, faz os outros felizes também. Aos meus queridos e estimados irmãos da nossa Grande Família e de Fé : Ana Luísa, Beatriz, Sofia, Carlos, a todos os que frequentaram a Formação Cristã de Adultos e também ao nosso querido e estimado Prior P.e Avelino, um gigantesco abraço fraterno.

Falar para Crer – 5.º Encontro

Na próxima 4.ª feira, dia 11 de outubro, retomamos os encontros de formação “Falar para CRER”, organizados pela paróquia da Matriz em colaboração com a Comunidade Estrada Clara. Nestes encontros, refletimos acerca da atualidade da mensagem cristã e do modo como é possível sermos cristãos em todas as circunstâncias da nossa vida. Tem sido um caminho muito enriquecedor este que temos feito nestes encontros. Como o próprio nome destes encontros indica, é fundamental conversar, falar, dialogar para chegarmos a um entendimento e a uma compreensão em relação à vida que nos acontece a todos. E esta vida ganha cada vez mais propósito e significado sempre que a pomos em palavras partilhadas, escutadas, trabalhadas. Por isso, agradecemos a todos que têm vivido estes encontros connosco, partilhado as suas vivências, nos têm escutado com atenção e disponibilidade e têm estado presentes na confiança e na alegria comum que vivemos. OBRIGADA!

Deixamos aqui os registos do quinto encontro “Falar para CRER”, realizado no dia 12 de julho com o tema “Ser Católico hoje”. Neste encontro, fizemos a leitura trabalhada de um texto do padre Tomás Halik a propósito do caminho sindonal que está a ser vivido por nós, Igreja em construção. O texto falava-nos da importância de sabermos olhar para nós cristãos e de percebermos que caminho é este que temos percorrido e o que podemos fazer para continuarmos a ser este Povo que caminha sempre em direção a uma vida eclesial mais verdadeira e mais autêntica. Em seguida, em pequenos grupos, os participantes do encontro refletiram acerca de duas questões muito concretas: de que forma a vida pastoral da nossa paróquia foi, ao longo deste ano, expressão de Deus ressuscitado; que propostas pastorais apresento para o próximo ano. Todas as reflexões dos diferentes grupos foram partilhadas em grande grupo.

Recordamos que estes encontros “Falar para CRER” estão sempre abertos a todos os agentes da Pastoral (Catequistas, Jovens, Conselho Paroquial, Leitores, Grupos Corais, etc.) das comunidades paroquiais. Não é necessária inscrição, basta aparecer. Próximo Encontro “Falar para CRER” – 11 de outubro de 2023 (4.ª feira), às 21h, no Salão Paroquial da Matriz (Póvoa de Varzim)

Dias, relógios e vidas

Reflexão para o mês de outubro de 2023

Texto de Ana Luísa Marafona, Comunidade Estrada Clara

“Ensinai-nos a contar os nossos dias para chegarmos à sabedoria do coração.” (Salmo 90)

Por estes dias, ao “arrumar” fotografias que tenho no computador, deparei-me com esta que o Jorge nos tirou, a mim e à Sofia, em 2014, no final de um agosto cheio de luz, num cafezinho muito acolhedor, na bela cidade francesa de Cluny, depois de uma viagem de 24h em autocarro até Taizé. O Jorge gostava muito de relógios. Temos vários e variados relógios em várias e variadas divisões da nossa casa porque ele apreciava a estética, a beleza, a história que os relógios espelhavam. Demorei-me nesta fotografia que foi tirada só por causa daquela parede enfeitada (as duas moças acima mencionadas foram só um pretexto, claro!). Mergulhei nas memórias bonitas que ela me trouxe e deixei-me ficar a pensar em relógios, em tempo, em épocas. Naquele mistério que o tempo traz consigo. Nas perguntas que os dias nos fazem e no tempo que nem sempre é suficiente para as ouvir. No que significa correr atrás de um tempo, deixar um tempo passar ou até fugir de um tempo.

No salmo 90, atribuído a Moisés, num dos versículos mais bonitos que conheço, o salmista pede a Deus que o ensine a contar os seus dias para poder atingir a sabedoria do coração. Este “contar” os dias nada tem a ver com ter os dias contados ou com a aritmética matemática. Contar os dias é saber dar-lhes significado, relevância. Aprender a contar os nossos dias é descobrir que a nossa história pessoal está dentro de uma história maior, a história da Salvação, a história de um povo que caminha rumo a um Deus que o espera sempre e para sempre. Contar os nossos dias é também um modo de confiar. A fé é sobretudo isto, escolher a confiança na vida, no presente, no que nos é dado. Confiança na adversidade daqueles dias frágeis, mas sempre abraçados por Deus. Contar os nossos dias é aprender a reconhecer a presença de uma Força que nos sustém e que nos acompanha no nosso quotidiano, fazendo-nos olhar para a vida com um significado maior, um propósito de infinito. Quem aprende a viver a sabedoria que vem de Deus, tudo avalia à luz da eternidade, da intemporalidade, do infinito. A salvação está aqui, na possibilidade que nos é dada a cada dia de ver de modo diferente, de fazer de modo diferente, de ser de modo diferente.

O tempo de Deus não é o nosso tempo, ouvimos tantas vezes dizer. E isto é assim porque o tempo de Deus não se mede em relógios, em horas marcadas, em agendamentos. Ser cristão é ter uma relação diferente com o tempo. Para o cristão, o tempo não é uma crueldade nem um impedimento. O tempo não pode ser a desculpa que se arranja para se desinvestir naquilo que verdadeiramente importa – a vida plena, em comunidade familiar, a vida com os outros no Outro. Durante estes anos temos ouvido muitas destas desculpas que limitam o acesso a uma vida maior, a experiências significativas. “Quando tiver carro, eu vou à Oração.”, “Quando acabar esta formação que estou a fazer, eu apareço nos ensaios.”, “Quando estiver de férias vou convosco ao encontro de Verão.” E o carro vem, a formação termina, chegam as férias, mas o desinvestimento naquilo que, aparentemente, parece não dar lucro, nem visibilidade, nem créditos continua… E aquela pessoa que podia, mais à frente, encontrar um propósito maior para a sua existência, perde essa oportunidade de se conhecer mais. E os seus dias passam a valer menos porque se resumem a cumprir ordens ou a fazê-las cumprir, a amealhar ordenados, a agendar atividades numa corrida desenfreada para chegar a uma meta numa competição de egoísmos crónicos. E essa pessoa vive só a relacionar-se em função de uma troca, de um ganho, não sabendo viver o Amor gratuito, dado sem ser por nada.

Enchemos, tantas vezes, os dias de preocupações, de azáfamas, de agitações como se fossemos nós os senhores dominadores da nossa vida. Gastamos tanto de nós e do nosso tempo num tempo que muito pouco ou nada nos dá. A vida é tão frágil, tão efémera. Por isso, é simultaneamente tão preciosa, tão única. Não a desperdicemos em cálculos, em ressentimentos, em egoísmos. Não contemos os nossos dias de forma vaga, indiferente, desinteressada. Que nenhum dia nos encontre por viver de forma autêntica.

A vida é mais, sempre mais, mais que os dias gastos em acumulações de trabalho, mais do que os esforços feitos para se atingir uma perfeição, mais do que o mero acumular de graus académicos ou estatutos sociais. O cardeal José Tolentino Mendonça, no seu livro “A mística do instante”, recorda-nos que “é quando percebemos que a vida é mais que deixamos de viver tão preocupados com o mínimo, tão prisioneiros dos pormenores ridículos que nos escravizam.” E alerta-nos para algo que em nós é recorrente: “Carregamos a vida de coisas, indispensáveis e, sobretudo, dispensáveis, tralha impura que nos prende. E depois, às tantas, estamos seguros, estáveis, garantidos, mas já não estamos, já não somos, porque hipotecamos a nossa verdade fundamental a todas as preocupações.” Entristecem-me aquelas pessoas para quem o tempo só tem valor monetário e financeiro. Aquelas pessoas que muito pouco ou mesmo nada fazem de forma gratuita e que não conhecem o que está para além do que é comercializável. Que gerem as suas vidas em função do “o que é que vou ganhar com isso”. Que fazem escolhas tendo por base o que é calculável. Que não são sensíveis a um simples saber estar sem se estar a obter um lucro qualquer com isso. Que não compreendem para que serve a poesia. Que acham uma perda de tempo perder tempo com uma caminhada para se admirar o nascer do sol. Que não se conseguem rir das situações mais simples e, sobretudo, deles próprios. Que até são capazes de oferecer muitos presentes no Natal e nos aniversários, mas que não conseguem saber dar-se aos outros. E que, sem o saberem, estão a perder a vida…

Quando entrego os meus dias, quando os abro à vontade de Deus, quando me deixo invadir pela beleza que é sempre o presente no presente, então assim acontece a multiplicação do meu tempo, do amor, da vida que quando é vida é sempre em abundância. Ser cristão é ser de um tempo sem princípio nem fim. Um tempo que é sempre doação, sempre dádiva, sempre dom. Um tempo qualitativo, epifânico, regenerador.

O Jorge gostava muito de relógios. Também gostava muito da música “Clocks” dos Coldplay e tocava-a frequentemente no piano. Mas o que ele mais gostava era de poder gastar as horas dos seus dias em ser um genuíno cristão de acolhimento, de esperança, de alegria. A vida dele pode, para nós, ter tido poucos dias, mas o tanto que ele nos deixou dá-nos a certeza de que esses seus dias foram vividos com a tal sabedoria necessária, com o desprendimento que nos liberta e com o coração sempre cheio daquela eternidade que nos salva e que é única. É por isso que todos os dias eu agradeço esta doação da vida do Jorge e sou feliz por saber que continuamos a fazer comunidade com quem caminha connosco e a encher os nossos dias de vida para os outros. Sempre. Agradeçamos a Deus a nossa entrega de cada dia, especialmente naqueles dias difíceis, duros, adversos. Peçamos a Deus esta sabedoria necessária para continuarmos a ser caminho, ajudando-nos a confiar e a viver uma existência cada vez mais autêntica. Que Ele nos torne atentos, disponíveis, ricos em dádiva de vida.

Together – Encontro do Povo de Deus

A Igreja vive um tempo único e excecional de sinodalidade. Como povo que caminha, vamos todos, todos, todos em busca de um sentido de comunhão, de irmandade, de acolhimento, de construção de um caminho que só pode ser feito em conjunto através do diálogo, da partilha, da reconciliação, da união. De 4 a 29 de outubro, e depois de um caminho de três anos nas dioceses dos cinco continentes, decorrem os trabalhos da XVI Assembleia Geral Ordinária dos Bispos sobre o tema: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Neste tempo de reflexão, unidos com a estrutura pensante e orante da Igreja, rezemos juntos, com esperança e gratidão, por este caminho sinodal para que possa fazer da Igreja que somos uma comunidade de escuta, um espaço de cuidado, um lugar de Vida com todas as vidas.

Esta necessidade de oração comunitária fez com que o Papa Francisco anunciasse a realização de uma Vigília Ecuménica de Oração que tem lugar hoje, 30 de setembro, em Roma, na Praça de São Pedro. Esta vigília integra-se no evento “Together – Encontro do Povo de Deus”, presidido pelo Papa Francisco, e conta com a presença de líderes das Igrejas Ortodoxa, Protestante e Evangélica. Ao lado do Papa Francisco, estarão representantes ecuménicos, cardeais e jovens de vários países e de diferentes confissões. Como disse o Papa aquando do anúncio deste evento, esta vigília faz parte de um processo sinodal e ecuménico: “O caminho para a unidade dos cristãos e o caminho de conversão sinodal da Igreja estão ligados”. Esta vigília será orientada pela Comunidade de Taizé e evoca o Tempo da Criação, numa celebração de gratidão pelo dom da unidade, pelo caminho sinodal e pelo dom da paz. Com momentos de silêncio, de escuta da Palavra de Deus, de cânticos e de preces, esta vigília é uma oportunidade para juntos vivermos esta tão desejada unidade eclesial e sentirmos que é em comunidade que melhor experimentamos a presença de um Deus que nos ama e se faz presente. A vigília ecuménica de oração vai ser transmitida em direto pelos canais do Vatican Media. Das 16h30 às 18h00, é transmitido o programa que antecede a Vigília e, das 18h00 às 19h00, a oração presidida pelo Papa Francisco.