Obrigada a todos e a todas pela presença, pelos abraços, pela cumplicidade, pela alegria, pela música, pelo encontro, pelas mãos estendidas e pelas partilhas.
Que felizes somos por sermos felizes uns com os outros! Que gratos somos por podermos ser presépio onde deixamos que o Menino nasça, sempre, mais uma vez, em cada ano! Que alegria pura e simples vive em cada um de nós de cada vez que nos deixamos guiar por aquela Luz que brilha bem lá no Alto, no sítio onde se fabricam os projetos, os caminhos, os sonhos! Que ricos somos porque encontramos e escolhemos viver o verdadeiro tesouro – o do tempo com o(s) Outro(s), o da vida em comunidade, o da alegria que brota entre corações que se sentem iguais, o da confiança que nos faz acreditar sempre e para sempre naquilo que é para sempre!
“Natal. Só pelo facto de o ser. Natal. E, só pelo facto de o ser, o mundo parece outro. Auroreal e mágico. O homem necessita cada vez mais destas datas sagradas. Para reencontrar a santidade da vida, deixar vir à tona impulsos religiosos profundos, comer e beber ritualmente, dar e receber presentes, sentir que tem família e amigos, e se ver transfigurado nas ruas por onde habitualmente caminha rasteiro. São dias em que estamos em graça, contentes de corpo e lavados de alma, ricos de todos os dons que podem advir de uma comunhão íntima e simultânea com as forças benéficas da terra e do céu. Dons capazes de fazer nascer num estábulo, miraculosamente, um Deus de amor e perdão, contra os mais pertinentes argumentos da razão.”
(Miguel Torga in Diário)