O que poderão ter em comum um excerto da obra “O Cavaleiro da Dinamarca” de Sophia de Mello Breyner Andersen e uma frase retirada do livro de Harper Lee, “Não matem a cotovia”? Para além de terem sido publicados na década de 60 do século passado e de serem grandes referências literárias, descobrimos, no último encontro Estradas Partilhadas, que as histórias narradas nestes livros se cruzam e caminham em paralelo até chegarem aos dias de hoje. No passado dia 10 de dezembro, o nosso querido amigo Pedro trouxe-nos estes paralelismos e, durante cerca de duas horas, numa tarde fria de inverno, fizemos o nosso habitual diálogo de vida, de experiências, de descobertas, de interrogações. Partilhamos, a partir dos referidos textos, a importância da comunicação na nossa relação com os outros, o cuidado que deve sempre existir quando recebemos as palavras que nos entregam, a confiança que é imprescindível que exista num relacionamento. Fomos exemplificando, com a nossa vida e os nossos acontecimentos quotidianos no trabalho, na família, na paróquia, na universidade, o perigo que acontece quando não nos dispomos a escutar, quando não olhamos o lugar e o tempo onde os outros estão, quando nos deixamos dominar pela desconfiança. Neste encontro, colocamos também em comum a nossa vontade de ver o que nos rodeia com esperança e o nosso desejo de construir comunidade com quem partilha dessa mesma escolha. E, uma vez mais, crescemos juntos nesta dança que as palavras nos trazem e na alegria que é podemos falar da Vida uns com os outros.
“Estradas Partilhadas”, o nosso espaço para termos espaço para vivermos com tempo o tempo que trazemos em nós, para como comunidade fortalecermos em nós uma dimensão orante e pensante e assim promovermos a atenção e a escuta ao(s) Outro(s).
“Estradas Partilhadas”, os nossos domingos de gratidão, os nossos primeiros dias da semana, os nossos caminhos para chegar a casa, à Terra Prometida.