VI Semana do Tempo Comum

VII Domingo do Tempo Comum

Faça-se Luz

Faça-se Luz.

Faça-se Luz na tua vida. Leva Luz até à tua vida. Não lhe dês muito brilho, mas intensidade. Ilumina bem o que és. Ilumina os teus dons. Ilumina as tuas falhas. Leva Luz a todos os teus cantos e recantos. Leva Luz aos altares e aos túmulos da tua vida. 

Leva contigo a Luz que te liberta da culpabilização. Leva contigo a Luz que aqueça as tuas sombras. Leva contigo a Luz que te ajuda a contemplar e a contemplar-te. Leva contigo a Luz que te permite encontrar-te. Leva contigo a Luz que te enamora com a vida. Leva contigo Aquele que é a Luz. 

Leva contigo a Luz…

Faça-se Luz. 

Faça-se Luz em tudo o que és e fazes. Que sejas a Luz de tantos homens e mulheres. Que sejas a Luz que acolhe todos sem julgamentos. Que sejas a Luz que reza em cada c(oração). Que sejas a Luz que se gera em perdão. Que sejas a Luz da criação. Que sejas a Luz daqueles que não O vêem. 

Faça-se Luz. 

Faça-se Luz no teu olhar. Faça-se Luz no teu abraço. Faça-se Luz no teu cumprimento. Faça-se Luz nos teus medos e nas tuas inquietações. 

Leva a Luz contigo. Leva a Luz em ti. Leva a Luz bem ao fundo de ti. 

Se a Luz estiver em ti, então Ele estará contigo. Não estará para julgar, mas para acolher. Não estará para condenar, mas para Se doar. 

Faça-se Luz para que o Seu amor demore-se em ti.

Emanuel António Dias  in “imissio.net”

Segunda-feira

O coração voa fora de nós

O melhor de nós não é para nós. O coração vai para onde depositarmos a nossa atenção, as nossas esperanças e os nossos cuidados. Só raras vezes o nosso coração está dentro do nosso peito, e isso é bom. Muito.

Há infernos escondidos dentro de nós. Poços nos quais aqueles que se julgam mais do que são, aqueles que julgam que as aparências são mais importantes do que a verdade, aqueles que julgam bastar-se a si mesmos.

Há paraísos que podem ser encontrados. Corações em paz que acalmam as mais revoltas tempestades das nossas vidas.

É assim a um tal ponto que, por vezes e em certas pessoas, o ar que rodeia o corpo ganha uma cor subtil e muito bela. Quando se movem parecem cometas que deixam ouro espalhado por onde passam!

Outros há que, por terem assim o coração tão exposto, sentem tudo. As suas dores e as do mundo inteiro. Abraçam os corações que sofrem e com generosidade partilham o peso das angústias e dos desesperos, mas também se alegram com os que rejubilam pelas alegrias da vida!

O amor faz com que os corações se entreguem e se forme uma nuvem que permite aos que o aceitem caminhar por cima dos buracos e pedras deste mundo enganador.

O coração voa fora de nós e faz-nos voar, eleva-nos e leva-nos até ao ponto mais alto da existência: o céu! Ver o mundo através dos olhos do amor é admirar o coração de tudo o que nos rodeia.

Amar não é uma liberdade que se perde. É uma vontade de ser rico por se haver dado tudo!

E amor é tudo aquilo de que o mundo precisa.

José Luís Nunes Martins  in “www.agenciaecclesia.pt”

Terça-feira

Deus da esperança

A expressão “Deus da esperança” não significa somente que Deus é o objeto da nossa esperança, ou seja, Aquele que esperamos alcançar um dia na vida eterna; quer dizer também que Deus é Aquele que já neste momento nos faz esperar, aliás, nos torna «alegres na esperança» (Rm 12, 12): alegres agora por esperar, e não só esperar para ser alegres. É a alegria de esperar e não esperar para ter alegria, já hoje. “Enquanto houver vida, haverá esperança”, diz o ditado popular; e é verdade também o contrário: enquanto houver esperança, há vida. Os homens necessitam de esperança para viver e precisam do Espírito Santo para esperar.

São Paulo atribui ao Espírito Santo a capacidade de nos fazer até “transbordar de esperança”. Transbordar de esperança significa nunca desanimar; significa esperar «contra qualquer esperança» (Rm 4, 18), ou seja, esperar até quando falta qualquer motivo humano para esperar, como aconteceu com Abraão no momento em que Deus lhe pediu para sacrificar o único filho, Isac, e como sucedeu também, ainda mais, com a Virgem Maria aos pés da cruz de Jesus.

O Espírito Santo torna possível esta esperança invencível dando-nos o testemunho interior de que somos filhos de Deus e seus herdeiros (cf. Rm 8, 16). Como poderia Aquele que nos entregou o seu único Filho não nos dar também com Ele todas as coisas? (cf. Rm 8, 32). «A esperança — irmãos e irmãs — não desilude: a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5). Portanto, não desilude, porque há o Espírito Santo dentro de nós que nos impele a ir em frente, sempre! E por esta razão, a esperança não desilude.

Há mais: o Espírito Santo não nos torna somente capazes de esperar, mas inclusive de ser semeadores de esperança, de ser também nós — como Ele e graças a Ele — “paráclitos”, ou seja, consoladores e defensores dos irmãos, semeadores de esperança. Um cristão pode semear amarguras, pode semear perplexidades, e isto não é cristão, e quem faz isto não é um bom cristão. Semeia a esperança: semeia óleo de esperança, semeia perfume de esperança e não vinagre de amargura e de desesperança. 

Papa Francisco in “Audiência Geral de 31.05.2017”