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XXXIX Jornada Mundial da Juventude 2024

Mensagem do Papa Francisco

Aqueles que esperam no Senhor, caminham sem se cansar (cf. Is 40,31)

Caros jovens!

No ano passado, começamos a percorrer o caminho da esperança rumo ao Grande Jubileu, refletindo sobre a expressão paulina “Alegres na esperança” (Rm 12, 12). Precisamente para nos prepararmos para a peregrinação jubilar de2025, este ano deixamo-nos inspirar pelo profeta Isaías, que diz: “Os que esperam no Senhor […] caminham sem se cansar” (Is 40, 31). Esta expressão é retirada do chamado Livro da Consolação (Is 40-55), que anuncia o fim do exílio de Israel na Babilônia e o início de uma nova fase de esperança e de renascimento para o povo de Deus, que pode regressar à sua pátria graças a um novo “caminho” que, na história, o Senhor abre aos seus filhos (cf. Is 40, 3).

Também nós vivemos hoje tempos marcados por situações dramáticas que geram desespero e nos impedem de olhar para o futuro com espírito sereno: a tragédia da guerra, as injustiças sociais, as desigualdades, a fome, a exploração do ser humano e da criação. Muitas vezes, quem paga o preço mais alto sois vós, jovens, que sentis a incerteza do futuro e não vislumbrais perspetivas seguras para os vossos sonhos, correndo assim o risco de viver sem esperança, prisioneiros do tédio e da melancolia, por vezes arrastados para a ilusão da transgressão e das realidades destrutivas (cf. Bula Spes non confundit, 12). Por isso, queridos amigos, gostaria que, como aconteceu ao povo de Israel na Babilônia, chegasse também a vós o anúncio da esperança: hoje o Senhor abre diante de vós um caminho e convida-vos a percorrê-lo com alegria e esperança.

1. A peregrinação da vida e os seus desafios

Isaías profetiza um “caminhar sem cansaço”. Reflitamos então sobre estes dois aspetos: o caminhar o cansaço.

A nossa vida é uma peregrinação, uma jornada que nos empurra para além de nós mesmos, um caminho em busca da felicidade; e a vida cristã, em particular, é uma peregrinação em direção a Deus, à nossa salvação e à plenitude de todo o bem. As realizações, as conquistas e os sucessos do caminho, se forem apenas materiais, depois de um primeiro momento de satisfação, deixam-nos ainda com fome, desejosos de um sentido mais profundo; em verdade, não satisfazem completamente a nossa alma, porque fomos criados por Aquele que é infinito e, por isso, em nós habita o desejo de transcendência, a inquietação contínua para a realização de aspirações maiores, para um “algo a mais”. É por isso que, como já vos disse tantas vezes, “olhar a vida da varanda” não é suficiente para vós, jovens.

No entanto, é normal que, apesar de começarmos as nossas jornadas com entusiasmo, mais cedo ou mais tarde comecemos a sentir cansaço. Nalguns casos, o que provoca ansiedade e cansaço interior são as pressões sociais para atingir determinados padrões de sucesso nos estudos, no trabalho e na vida pessoal. Isto produz tristeza, pois vivemos no afã de um ativismo vazio que nos leva a preencher os nossos dias com mil coisas e, apesar disso, a sentir que nunca conseguimos fazer o suficiente e que nunca estamos à altura. Este cansaço é muitas vezes acompanhado pelo tédio. É o estado de apatia e de insatisfação de quem não se põe a caminho, não decide, não escolhe, nunca arrisca e prefere ficar na sua zona de conforto, fechado em si mesmo, vendo e julgando o mundo por detrás de uma tela, sem nunca “sujar as mãos” com os problemas, com os outros, com a vida. Este tipo de cansaço é como um cimento no qual mergulhamos os pés, e que acaba por endurecer, pesar, paralisar e impedir-nos de avançar. Prefiro o cansaço dos que estão a caminho do que o tédio dos que estão parados e não têm vontade de andar!

A solução para o cansaço, paradoxalmente, não é ficar parado para descansar. É, pelo contrário, pôr-se a caminho e tornar-se peregrino da esperança. Este é o convite que vos faço: caminhai na esperança! A esperança vence todo o cansaço, toda a crise e toda a ansiedade, dando-nos uma forte motivação para avançar, porque é um dom que recebemos do próprio Deus: Ele enche o nosso tempo de sentido, ilumina-nos o caminho, indica-nos a direção e a meta da vida. O apóstolo Paulo utilizou a imagem do atleta no estádio, que corre para receber o prémio da vitória (cf. 1 Cor 9, 24). Quem já participou numa competição desportiva – não como espectador, mas como protagonista – conhece bem a força interior que é necessária para chegar à meta. A esperança é precisamente uma força nova, que Deus infunde em nós, que nos permite perseverar na corrida, que nos dá uma “visão de longo alcance”, que ultrapassa as dificuldades do presente e nos orienta para uma meta concreta: a comunhão com Deus e a plenitude da vida eterna. Se há uma bela meta, se a vida não se dirige para o vazio, se nada daquilo que sonho, projeto e realizo se perde, então vale a pena caminhar e suar, suportar os obstáculos e enfrentar o cansaço, porque a recompensa final é maravilhosa!

2. Peregrinos no deserto

Na peregrinação da vida, haverá inevitavelmente desafios a enfrentar. Nos tempos antigos, durante as peregrinações mais longas, era preciso enfrentar as mudanças de estação e de clima; atravessar prados agradáveis e bosques refrescantes, mas também montanhas cobertas de neve e desertos tórridos. Assim, a peregrinação de uma vida e a viagem para um destino longínquo não deixam de ser cansativas também para quem crê, tal como o foi para o povo de Israel a viagem pelo deserto até à Terra Prometida.

Assim é para todos vós. Mesmo para aqueles que receberam o dom da fé, houve momentos felizes em que Deus esteve presente e o sentistes próximo, e outros momentos em que experimentastes o deserto. Pode acontecer que o entusiasmo inicial nos estudos ou no trabalho, ou o impulso para seguir Cristo – tanto no matrimônio, como no sacerdócio ou na vida consagrada – sejam seguidos por momentos de crise, que fazem com que a vida pareça uma difícil caminhada no deserto. Estes momentos de crise, porém, não são tempos perdidos ou inúteis, mas podem revelar-se importantes oportunidades de crescimento. São tempos de purificação da esperança! Com efeito, durante as crises são desfeitas muitas “esperanças” falsas, demasiado pequenas para o nosso coração; são desmascaradas e, assim, ficamos nus diante de nós próprios e das questões fundamentais da vida, para além de qualquer ilusão. E, nesse momento, cada um de nós pode perguntar-se: em que esperanças baseio a minha vida? São esperanças verdadeiras ou são ilusões?

Nestes momentos, o Senhor não nos abandona; aproxima-se com a sua paternidade e dá-nos sempre o pão que revigora as nossas forças e nos põe de novo a caminho. Recordemos que ao povo no deserto deu o maná (cf. Ex 16) e ao profeta Elias, cansado e desanimado, ofereceu duas vezes um pão achatado e água para que pudesse caminhar “quarenta dias e quarenta noites até chegar ao Horeb, o monte de Deus” (cf. 1 Rs 19, 3-8). Nestas histórias bíblicas, a fé da Igreja viu prefigurações do dom precioso da Eucaristia, verdadeiro maná e verdadeiro viático, que Deus nos dá para nos sustentar no nosso caminho. Como dizia o Beato Carlo Acutis, a Eucaristia é a autoestrada para o céu. Um jovem que fez da Eucaristia o seu compromisso quotidiano mais importante! Assim, intimamente unidos ao Senhor, caminhamos sem nos cansarmos, porque Ele caminha junto a nós (cf. Mt 28,20). Convido-vos a redescobrir o grande dom da Eucaristia!

Nos inevitáveis momentos de cansaço da nossa peregrinação neste mundo, aprendamos então a descansar como Jesus em Jesus. Ele, que recomenda aos discípulos que repousem depois de regressarem da sua missão (cf. Mc 6, 31), reconhece a vossa necessidade de repouso do corpo, de tempo para o lazer, para gozar a companhia dos amigos, para o desporto e até para o sono. Mas há um repouso mais profundo, o repouso da alma, que muitos procuram e poucos encontram, e que só pode ser encontrado em Cristo. Sabei que todo o cansaço interior pode encontrar alívio no Senhor, que vos diz: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu hei de aliviar-vos” (Mt 11, 28). Quando o cansaço do caminho vos pesar, voltai para Jesus, aprendei a descansar n’Ele e a permanecer n’Ele, pois “aqueles que esperam no Senhor […] caminham sem se cansar” (Is 40,31).

3. De turistas a peregrinos

Queridos jovens, o convite que vos faço é para que vos coloqueis a caminho, para descobrir a vida, nas pegadas do amor, em busca do rosto de Deus. Mas o que vos recomendo é o seguinte: não partam como meros turistas, mas como peregrinos. Isto é, que a vossa caminhada não seja apenas uma passagem pelos lugares da vida de forma superficial, sem captar a beleza do que encontrais, sem descobrir o sentido dos caminhos percorridos, captando só breves momentos, experiências fugazes registradas numa selfie. O turista faz isso. O peregrino, pelo contrário, mergulha de alma e coração nos lugares que encontra, fá-los falar, torna-os parte da sua busca de felicidade. A peregrinação jubilar quer, portanto, tornar-se o sinal do caminho interior que todos somos chamados a fazer para chegar ao destino final.

Com estas atitudes, todos nos preparamos para o Ano Jubilar. Espero que para muitos de vós seja possível vir a Roma em peregrinação para atravessar as Portas Santas. Para todos, em todo o caso, haverá a possibilidade de fazer esta peregrinação também nas Igrejas particulares, para redescobrir os numerosos santuários locais que guardam a fé e a piedade do povo santo e fiel de Deus. E faço votos de que esta peregrinação jubilar se torne para cada um de nós “um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação” (Bula Spes non confundit, 1). Exorto-vos a vivê-la com três atitudes fundamentais: a ação de graças, para que o vosso coração se abra ao louvor pelos dons recebidos, principalmente o dom da vida; a procura, para que o caminho exprima o desejo constante de procurar o Senhor e de não deixar apagar a sede do coração; e, por fim, o arrependimento, que nos ajuda a olhar para dentro de nós mesmos, a reconhecer os caminhos e as opções erradas que por vezes tomamos e, assim, a poder converter-nos ao Senhor e à luz do seu Evangelho.

4. Peregrinos de esperança para a missão

Deixo-vos mais uma imagem sugestiva para a vossa viagem. Ao chegar à Basílica de São Pedro, em Roma, atravessa-se a praça que está rodeada pela colunata criada pelo grande arquiteto e escultor Gian Lorenzo BerniniA colunata, no seu conjunto, parece um grande abraço: são os dois braços abertos da Igreja, nossa mãe, que acolhe todos os seus filhos! Neste próximo Ano Santo da Esperança, convido-vos a todos a experimentar o abraço do Deus misericordioso, a experimentar o seu perdão, a remissão de todas as nossas “dívidas interiores”, como era tradição nos jubileus bíblicos. E assim, acolhidos por Deus e renascidos n’Ele, também vós vos tornais braços abertos para tantos dos vossos amigos e colegas que precisam de sentir, através do vosso acolhimento, o amor de Deus Pai. Cada um de vós ofereça “ao menos um sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito, sabendo que, no Espírito de Jesus, isso pode tornar-se uma semente fecunda de esperança para quem o recebe” (ibid., 18), e assim vos tornareis incansáveis missionários da alegria.

Enquanto caminhamos, levantemos o olhar, com os olhos da fé, para os santos que nos precederam na caminhada, que chegaram à meta e nos dão o seu testemunho encorajador: “Combati o bom combate, terminei a corrida, permaneci fiel. A partir de agora, já me aguarda a merecida coroa, que me entregará, naquele dia, o Senhor, justo juiz, e não somente a mim, mas a todos os que anseiam pela sua vinda” (2Tm 4,7-8). O exemplo dos homens e das mulheres santos atrai-nos e sustenta-nos.

Coragem! Trago-vos a todos no meu coração e confio o caminho de cada um de vós à Virgem Maria, para que, seguindo o seu exemplo, saibais esperar com paciência e confiança aquilo que esperais, permanecendo no vosso caminho como peregrinos da esperança e do amor.

3 anos de Encontro em TI

A fotografia é a da nossa primeira sala de oração, na primeira casa partilhada por mim, pelo Jorge e pela Beatriz quando começamos a viver em comunidade, em 2005. Uma sala pensada ao detalhe pelo Jorge, especialista em sensibilidade decorativa e um apaixonado pela beleza litúrgica espacial. Deitaram-se paredes abaixo para espanto do construtor da casa, escolheu-se a cor perfeita, usou-se a madeira mais apropriada. Encontramos também as almofadas adequadas e que ainda hoje usamos (conseguimos esgotar, na altura, o stock dos hipermercados Feira Nova no norte do país!). Trouxemos os ícones de Fátima e de Taizé. E assim criamos, de raiz, o nosso primeiro espaço de oração, na altura disponível também para os grupos de adolescentes e jovens que estavam à nossa responsabilidade. Para além do habitual encontro semanal ao sábado, estes grupos partilhavam uma hora de oração connosco ao final de um dia da semana. E, assim, aos poucos e subtilmente, íamos colocando nas suas rotinas e corações esta prática da oração. Uma espiritualidade meditativa e pensante fez sempre parte da nossa identidade. Um grupo que caminha alimenta-se da oração comunitária. Um grupo que cresce precisa do silêncio contemplativo, das palavras em comunhão, dos cânticos em ação. Ao longo dos anos, fomos exercitando em comunidade esta bênção de nos sintonizarmos espiritualmente.

Celebramos, esta semana, três anos de “Encontro em TI”, o nosso momento de oração na nossa paróquia. Ter um momento de oração aberto a todos foi sempre um sonho nosso. Graças à sensibilidade do nosso pároco e à sua visão comunitária e profética da Igreja, pudemos concretizar esta nossa vontade, logo um ano após a partida do Jorge. Ao longo destes três anos, este espaço mensal tem sido casa de quem vem meditar connosco e assim fazer memória e presença de um Deus próximo. Somos muito gratos a quem vem rezar connosco. Continuaremos juntos a seguir nesta viagem à interioridade fecunda, ao sacramento do silêncio, à beleza das palavras cantadas.

Momento de Oração Comunitária “Encontro em Ti” – na primeira 5.ª feira do mês, das 21h às 22h, na Igreja Matriz da Póvoa de Varzim

Ana 🌻

Falar para CRER – XIV Encontro

Deixamos aqui os registos do décimo-quarto encontro “Falar para CRER”, organizado pela paróquia da Matriz em colaboração com a Comunidade Estrada Clara. Este encontro aconteceu no dia 10 de julho e, antecipando o período de férias, o texto proposto para partilha teve como título “As férias ensinam a olhar, perguntar, pensar”. A partir deste texto de Enzo Bianchi, pudemos refletir acerca da importância das férias e dos momentos de pausa para praticarmos a contemplação, para vivermos a vida devagar e para refletirmos também acerca do futuro. Cada vez mais a sociedade da qual fazemos parte impele-nos a sermos produtivos, comerciais e utilitários, relegando para um plano meramente secundário a valorização da reflexão, da escuta, da interioridade. Este texto interpelou-nos a cuidar destes momentos de paragem que são propícios a este conhecimento interior, a esta profundidade tão necessária para encontrar uma vida com sentido. Partindo das palavras de Enzo Bianchi, em pequenos grupos, tivemos a oportunidade de refletir acerca das seguintes questões: sou capaz de encontrar, no meu dia-a-dia, momentos para parar, olhar em volta, agradecer, avaliar, questionar; em que medida as férias são importantes para o meu equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual. Depois, em grande grupo, partilhamos as ideias de cada grupo e pusemos em comum experiências pessoais de momentos de reflexão e de paragem. No final deste encontro, em clima de preparação para férias e também como forma de agradecimento por todos os encontros que fomos tendo ao longo deste ano pastoral, terminamos com um pequeno convívio entre todos.

Recordamos que estes encontros “Falar para CRER” estão sempre abertos a todos os agentes da Pastoral (Catequistas, Jovens, Conselho Paroquial, Leitores, Grupos Corais, etc.) das comunidades paroquiais. Não é necessária inscrição, basta aparecer. Em cada mês é proposto um tema diferente e independente dos temas anteriores. Juntem-se a nós! O que de diferente têm estes encontros “Falar para CRER” é a criação de um espaço comunitário onde cada pessoa presente pode fazer partilha do que significa para si ser cristão nos dias de hoje e, sobretudo, ser cristão com os outros.

Próximo Encontro “Falar para CRER – 9 de outubro (4.ª feira), das 21h30 às 23h, na Casa Padre Fonte (Póvoa de Varzim)

Encontro em Ti 2024/2025

“Encontro em Ti” é o nosso momento de oração mensal, na igreja Matriz e alargado a toda a comunidade paroquial. Uma experiência de partilha com quem vem meditar connosco e assim fazer memória e presença de um Deus que vem sempre ao nosso encontro. A oração é a base primordial na identidade da Comunidade Estrada Clara. Desde sempre que, como qualquer grupo cristão, privilegiamos estes momentos de meditação e de silêncio, num encontro com Ele e connosco próprios.

A oração na Comunidade Estrada Clara surge como compromisso comunitário. O esquema da nossa oração baseia-se na Liturgia das Horas, a oração pública e comunitária oficial da Igreja. A esta liturgia juntamos os cânticos, as nossas reflexões e o silêncio. Sempre o silêncio. Tão importante numa sociedade em que parece que o mais valioso é sempre o barulho, o ruído, o que fala mais alto. Há muito que descobrimos que é no silêncio e na serenidade que vamos sendo mais pessoas, que vamos conhecendo mais a nossa luz, que nos vamos tornando embaixadores do divino que vive em nós e assim construindo uma comunidade pensante e orante.

“Encontro em TI” – na 1.ª quinta-feira de cada mês, na Igreja Matriz da Póvoa de Varzim, das 21h às 22h

Eucaristias 2024/2025

O canto na liturgia e na oração tem um significado profundo para os elementos da nossa Comunidade e esta animação litúrgica está associada ao nosso modo de viver a Igreja na Igreja. Não somos só um grupo coral, mas sim uma Comunidade que se junta para rezar e viver a liturgia através do canto e da música. Alguns dos elementos da Comunidade Estrada Clara têm formação musical em canto e em instrumentos (piano, guitarra clássica, saxofone, entre outros). Muitos de nós já cantamos juntos desde muito novos, há já quase trinta anos. Muitos dos cânticos que cantamos nas Eucaristias são da nossa autoria, precisamente porque são o fruto do nosso modo de rezar, de louvar, de anunciar, através das palavras e da música, este Deus que nos ressuscita todos os dias. A nossa música, os nossos cânticos, os nossos silêncios musicais são parte da nossa identidade como comunidade. Hoje em dia, gerindo disponibilidades e agendas, famílias, responsabilidades profissionais, idas e vindas, ensaios e outras combinações, vamos mantendo este compromisso mensal de nos juntarmos, na nossa comunidade paroquial, para cantar este Deus que nos une e que fez e faz de nós uma irmandade com tempo e espaço para descobrirmos em nós a alegria de vivermos juntos!

A Comunidade Estrada Clara é responsável pela animação do canto na Eucaristia do 1.º domingo de cada mês, às 19h, na paróquia de Nossa Senhora da Conceição (Matriz), Póvoa de Varzim.

Testemunhos 2023/2024

Deixamos aqui registados os testemunhos do Pedro, da Liliana, da Adelina e da Raquel, que fizeram connosco este percurso de educação e de partilha na fé. De outubro de 2023 a junho de 2024, às sextas-feiras, das 21h30 às 23h, na paróquia da Matriz (Póvoa de Varzim), estes quatro adultos fizeram parte de um grupo de dez elementos que foi fazendo o seu percurso na descoberta de um Deus que está sempre disponível para quem o quer acolher, construindo assim o início de uma fé adulta, pensada e experimentada, concreta, vivida em ações, participada no quotidiano e celebrada sempre em comunidade.

Um bem-haja a todo este grupo por tudo o que podemos partilhar, viver, descobrir em conjunto.

A formação para o Crisma/Confirmação foram momentos de conhecimento, partilha e companheirismo.

As formadoras foram uma fonte inesgotável de entrega e sabedoria e de surpresas. Para mim esta formação serviu para sentir a missão da Igreja e refletir que todos precisamos de todos. Saber o que a eucaristia nos transmite e que cada vez mais os escritos da Bíblia estão mais atuais do que nunca.

O Padre Avelino é um padre atual e uma fonte de humildade e de bem receber com um sentido de humor cativante. Ao nosso grupo foi excelente ter-vos conhecido e ficam para a vida. O meu interior ficou mais rico. Bem hajam.

Foi muito bom fazer caminho neste grupo. Com conhecimento e testemunho das maravilhosas catequistas, Ana Luísa, Beatriz, Sofia, Elsa, ganhei muito, um maior e melhor entendimento sobre os Evangelhos que aprofundamos nos nossos encontros.

Enriquecedores foram os momentos de partilha com os colegas e que bons colegas de todas as 6ª feiras. É maravilhoso termos oportunidades de fazer formações cristãs, de podermos aprofundar a nossa fé e dar testemunho da Boa Nova de Jesus.

Um agradecimento muito especial a todos os que fizeram possível receber meu tão esperado sacramento da confirmação: ao Sr. Padre Avelino, às catequistas, aos colegas confirmados. A todos bem-haja, beijinhos e que Deus esteja sempre convosco para que possamos levar Jesus a todos.

Desde o primeiro encontro que senti um acolhimento caloroso por parte de todos, formadores e participantes. Esta formação não foi só uma aprendizagem superficial da Bíblia e dos Sacramentos, mas sim uma jornada de aprofundamento da minha fé e do meu comportamento enquanto cristã na comunidade. Cada sessão foi cuidadosamente preparada da melhor forma, incluindo momentos de partilha, reflexão e discussão dos temas abordados. No final desta formação, senti-me uma pessoa renovada e pronta para assumir com responsabilidade e alegria o compromisso de ser uma cristã crismada.

Foi uma experiência transformadora, de crescimento espiritual e humano. Criei amizades que levo para a vida, e acredito que nos vamos reunir mais vezes para continuar a conviver e a debater sobre os temas da vida. Agradeço muito à Ana Luísa, à Beatriz e à Sofia por todo o carinho e disponibilidade para connosco.

O Sacramento do Crisma foi uma promessa que me comprometi cumprir há muitos anos atrás (quando julgasse ter tempo!). Ora agora, na azáfama dos dias de hoje, onde o tempo é escasso e precioso, por impulso, aquando da renovação da inscrição da catequese do meu filho, decidi inscrever-me na Formação Cristã para adultos!

Foi, sem dúvida, uma decisão acertada! Adorei este ano e confesso que agora que terminou já me deixa tantas saudades! Cada 6ª feira foi especial! Cada encontro foi uma animação! Cada partilha foi única e autêntica! Mas todas estas 6ª feiras encheram-me de fé, alegria e amor. Amadureceram-me e enriqueceram-me a nível pessoal e até profissional! Cresci como enfermeira, como pessoa e como cristã!

Surpreendida e maravilhada, foi assim que me senti ao longo destes meses de descoberta! Uma perspectiva atual, dinâmica e interativa que apelou à capacidade introspetiva e lançou o desafio de transpor a vida cristã para o nosso dia a dia.

Se recomendo? Eu afirmo convictamente, sem hesitar, que se me permitissem eu compareceria novamente nas 6ªas feiras… Por isso, a todos os que ainda não o fizeram, agarrem e aproveitem esta oportunidade, que seguramente vão ver que vale a pena…

A todos os que se cruzaram comigo nesta jornada, em particular às formadoras, aos colegas de grupo, ao Sr. Padre Avelino e aos demais, dedico um abraço e um eterno agradecimento por me terem acompanhado e caminhado nesta viagem de fé!

Inauguração e Benção da Casa da Memória

Deixamos aqui alguns registos do dia em que, em comunidade, tivemos o privilégio de participar na inauguração e bênção da Casa da Memória, um projeto há muito sonhado e desejado pela Paróquia da Matriz. Foi o culminar de muitos anos de trabalho, de projetos, de avanços e recuos, de decisões e dúvidas, de alegrias e obstáculos. Por tudo isto, o dia em que as portas da Casa da Memória se abriram foi sinónimo de reconhecimento pleno e sentido por todos nós, ficando gravado na nossa história paroquial. Como comunidade, tivemos ainda o privilégio particular de, com os nossos cânticos, vozes e instrumentos, animarmos a Eucaristia de ação de graças que antecedeu a cerimónia de bênção e inauguração da Casa da Memória. O dia foi todo ele de gratidão e de celebração de todo o caminho percorrido em comunidade na construção daquela que é a nossa Casa da Memória, o lugar privilegiado onde lembraremos e tornaremos eterno o testemunho de quem partilhou vida com cada um de nós.

No dia escolhido para a inauguração da Casa da Memória, a Igreja celebrou também o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, aqueles que são, por excelência, os guardiões das histórias, das tradições e das lembranças, ou seja, aqueles que são autênticas “Casas de Memórias”.

E ainda nesse mesmo dia, celebramos os aniversários natalícios da Lara e do Rochinha, os nossos dois guardiões e mestres na arte de cantar e tocar, dois colecionadores de memórias passadas e futuras, dois monumentos de amizade e de irmandade nesta nossa Estrada Clara.

Celebração do Crisma – 23 de junho de 2024

O terceiro grupo deste terceiro ano de Formação Cristã de Adultos, promovida pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Matriz) em parceria com a Comunidade Estrada Clara, culminou com a celebração do Crisma pelo Bispo Auxiliar de Braga, Dom Delfim Gomes, no dia 23 de junho de 2024, na Igreja Matriz. Recordamos, com imensa alegria e muita gratidão, esse dia festivo em que os nossos onze crismandos (a Adelina, a Daniela, o Denis, a Liliana, a Lourdes, o Murilo, o Pedro, a Raquel, o Rui e a Tatiana) receberam o Espírito Santo e foram fortalecidos com os seus dons. Lembramos também o percurso particular do Murilo que, escolhendo, numa idade adulta, assumir uma vida cristã, recebeu os sacramentos do Batismo e da Eucaristia. A Lourdes também recebeu, pela primeira vez, a Eucaristia, um momento de imensa alegria para ela.

Nesta Eucaristia festiva, os jovens do grupo do 10.º ano e alguns escuteiros do Agrupamento 38 da nossa Paróquia receberam também o sacramento do Crisma. Foi uma celebração comunitária de fé, de ação de graças e de louvor por este caminho percorrido e pela descoberta de um Deus que nos ama e que nos quer sempre a caminho com Ele e com os nossos irmãos. Que este tenha sido o dia primeiro de um percurso numa fé adulta, consciente, pensada e experimentada, questionada e trabalhada sempre numa dimensão comunitária.

Um bem-haja a todo este grupo pelos momentos de partilha, de reflexão e de conhecimento e pela certeza que nos dão de que viver em Deus é, essencialmente, um viver com e para os outros.

Pré-jornadas: o que fica um ano depois?

Há um ano, iniciavam-se as Pré-Jornadas nas dioceses portuguesas. Na paróquia da Matriz, os grupos de jovens foram os responsáveis não só pelo acolhimento de três grupos vindos de Espanha, da Alemanha e da Polónia, mas também pela organização das atividades durante esses dois dias. Gentilmente, a Comunidade Estrada Clara também foi convidada a participar. Respirou-se juventude e alegria, geraram-se empatias e risos, foram dados mil abraços e sentiram-se os corações unidos num só Coração, aquele que é o de um Deus maior que a todos nos faz irmãos. Durante esses dias, os jovens peregrinos tiveram a possibilidade de participar nas diversas atividades dinamizadas pelos jovens da nossa paróquia. Na 5.ª feira de manhã, visitaram o Museu Municipal e construíram uma dezena do terço. À tarde, fizeram um “peddy-paper” para melhor conhecerem a nossa cidade e participaram na Eucaristia das 19h, na Igreja Matriz. À noite, a recitação do terço, na Basílica do Coração de Jesus, foi feita em várias línguas e a adoração ao Santíssimo adornada com cânticos e silêncio. Na 6.ª feira de manhã, organizamos um momento de oração, na Igreja Matriz, seguido da apresentação de um tema “Viver (n)a confiança” com a partilha feita em pequenos grupos. De tarde, os jovens tiveram a possibilidade de passear pela cidade e assistiram à Eucaristia das 19h. O dia terminou com um convívio entre todos.

Passado um ano, o que permanece destes dois dias? Para além das lembranças bonitas que estes momentos deixam sempre, fica, sobretudo, a capacidade de organização, de empenho e de dedicação que os jovens da nossa paróquia souberam (e sabem!) demonstrar. Estes dias foram a concretização da parábola da vida em comum. Os obstáculos ultrapassam-se porque todos se ajudam, as alegrias multiplicam-se porque todos as vivem e descobrimos que na relação uns com os outros tornamo-nos maiores que as nossas individualidades. Este é o milagre da vida em comunidade. Por isso, um ano passado, agradecemos a todos estes jovens que escolheram fazer caminho no caminho da sua paróquia. Somos todos muito mais ricos porque nos sabemos, juntos, a ser Cristãos nesta estrada comum.

50 dias

50 dias pascais iniciados naquele momento da mais bela noite anunciada no Precónio Pascal, pela primeira vez cantado, na nossa paróquia, por uma mulher, num gesto de memória pelas mulheres, primeiras testemunhas da Ressurreição a anunciar que Ele estava vivo!

50 dias pascais que terminam hoje, dia de Pentecostes, dia este em que os nossos mais pequenos paroquianos receberam Jesus, pela primeira vez, nos seus corações.

Pelo meio, cantamos a Eucaristia do Domingo de Páscoa, anunciando com os nossos cânticos, as nossas vozes e os nossos instrumentos, a alegria que nunca tem fim, aquela que nos é dada como garantia de uma eternidade feliz.

Tivemos também a graça de, neste tempo pascal, termos tido connosco um grupo de seis jovens peregrinos vindos do Reino Unido que, numa paragem do seu caminho até Compostela, abrilhantaram uma das nossas eucaristias paroquiais com as suas vozes luminosas.

Continuamos com os nossos Encontros de Formação Cristã e aproximamo-nos desse grande dia em que este grupo fará o seu grande compromisso de uma fé adulta, vivida e comunitária.

No nosso encontro mensal “Falar para CRER”, feito, desta vez, num molde mais intimista, refletimos, com muito humor (sempre!) e amor, acerca do mistério da pedra do sepulcro, aquela pedra que mudou toda a nossa história…

Neste tempo pascal, fomos também testemunhas da entrada de dez crianças na nossa família cristã. Poder testemunhar este momento feliz é viver a gratidão através da nossa vida em comunidade.

As nossas Estradas Partilhadas continuam a ser percorridas. Neste período pascal, partimos das músicas para descobrir acontecimentos e perceber como é que os instrumentos que escutamos falam da vida toda em nós.

Não existe Páscoa sem Maria. E no seu mês, numa iniciativa inédita da nossa paróquia, meditamos o terço numa das capelas marianas da nossa cidade.

E quase a terminar este tempo de festa, vivemos o nosso Lausperene Comunitário. Adoramos um Deus que se fez e faz sempre próximo, que quer fazer parte das nossas vidas e que é sempre sinal de eternidade.

50 dias vividos em comunidade e para a comunidade onde vivemos e onde nos tornamos, em cada dia, pessoas de Ressurreição!