Poesia. Quaresma. Haiku. Japão. Sim, foram estas as palavras que a nossa Sofia nos trouxe para nelas viajarmos no último encontro “Estradas Partilhadas” no dia 25 de fevereiro. A partir de pequenos poemas – os chamados “haikus” – escritos por Fernando Tordo e Manuel Pinto Ribeiro, fomos refletindo acerca da importância das pequenas palavras, do modo como as palavras me dizem e me transmitem aos que me rodeiam e de que forma podem estes “haikus” me levaram a uma viagem ao meu interior. E como podemos, através de alguns destes poemas que a Sofia nos trouxe, refletir e pensar neste tempo propício que é o período quaresmal. Cada um de nós teve então a oportunidade de pôr em comum a escolha de um desses “haikus” e partilhar como aquelas tão simples e poucas palavras dizem tanto de nós e nos levam ao deserto, esse espaço privilegiado para a reflexão que nos impele a agir. Partindo das experiências de cada um, das suas memórias, dos seus contextos familiares e profissionais fomos conversando acerca da vida, das escolhas, do significado do tempo, da urgência em parar para agir, do constante questionamento que a vida nos traz, da busca por certezas, da forma como a música é uma linguagem, da importância das palavras para quebrar indiferenças e ignorâncias e da gestão das emoções e da racionalidade. E foi uma tarde bonita porque foi vivida entre confiança, entre descoberta, entre vontade de partilhar. É possível estar em Igreja e fazer Igreja assim, criando laços, estando em comum e confiando, sempre. E é possível trazer Deus para qualquer tema ou assunto. Basta procurá-Lo que Ele deixa-se encontrar. Mesmo num “haiku”.
“Estradas Partilhadas”, o nosso espaço para termos espaço para vivermos com tempo o tempo que trazemos em nós, para como comunidade fortalecermos em nós uma dimensão orante e pensante e assim promovermos a atenção e a escuta ao(s) Outro(s).
“Estradas Partilhadas”, os nossos domingos de gratidão, os nossos primeiros dias da semana, os nossos caminhos para chegarmos juntos a casa, à Terra Prometida.