Nascemos e jamais morreremos!
O meu mantra diário, especialmente nos dias, digamos, mais desafiadores. Nos dias em que as lembranças se tornam mais fortes, em que as memórias aparecem abruptamente, em que a dor de ti diz presente. Desafiadora tem sido a vida! O fazer de cada dia uma escolha de gratidão. Jorge, o que tua vida nos pede é isto, viver! Aproveitar cada partilha, fazer diferente, pensar no infinito. Cuidar de quem está à nossa volta. Escolher fazer um caminho que não é sinónimo de facilidade. E nós fomos privilegiados por caminharmos contigo. E continuamos a sê-lo por seguirmos juntos neste mesmo caminho, neste projeto de vida, nesta nossa Estrada Clara. E assim tu continuas a nascer nas músicas, nos livros, nos nossos gestos, nos olhares, nos silêncios. Nessa dimensão eterna onde tu estás, continuas a olhar por cada um de nós. Tanto de belo nos tem acontecido, só pode ser por influência tua. Tantas experiências bonitas temos vivido, tantas palavras edificadoras têm vindo ao nosso encontro, tantos abraços fortes nos têm oferecido. Só podes ser tu. Tantas novidades luminosas, tantos encontros a surgirem, tanta energia boa a multiplicar-se. És tu! Aqui! É por isso que quando em mim há a luta entre a tristeza de não te ter em casa à minha espera (“Luísa, Luisinha, você já veio?”) e a alegria de ter construído contigo a minha vida, procuro sempre que só a esperança prevaleça. A esperança de fazer de cada dia um reflexo do tanto que aprendi contigo. A esperança de que esta Comunidade Estrada Clara faça a diferença e seja um projeto de vida maior do que nós próprios. A esperança de que, num dia (muito distante, ainda há muito para fazer e aprender aqui!) quando nos encontrarmos, não haverá mais esta dor. Só paz. Muita, muita luz. E o tempo eterno. Risos de aleluia intermináveis. Abraços demorados. O silêncio. As pulseiras nos braços e os anéis. E o azul, sempre o azul. O arrozinho joia! As conversas longas sobre a essência da vida ou máquinas de lavar. Muita música em tonalidades altíssimas. As tuas plantinhas. Um banco em madeira. Os passeios de fim de tarde. Um campo para cultivar. E o teu bolo de “cinoira”. Parabéns a ti, Jorge! Nasces hoje mais uma vez!