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Quantas graças cabem numa semana?

Quantas alegrias deixamos que ocupem o nosso coração? Quantos caminhos nos conduzem a uma vida de gratidão? Durante esta semana que ontem terminou, estas questões foram a minha companhia. Há semanas que se medem em dias. E há outras que se medem em graças. Esta foi uma dessas — uma semana onde o tempo pareceu abrir-se em mil gestos de Deus.

Deus faz sempre realmente muito mais do que aquilo que nós esperamos. Nesta mesma semana, há cinco anos, o Jorge tinha acabado de partir e, consequentemente, outras perguntas invadiam-nos o coração e o corpo: “E agora? Como continuamos daqui para a frente? Como vamos viver todos os próximos anos sem ele? Quem nos vai orientar, ter ideias, entusiasmar? O que vamos fazer?”. Na altura e nos dias e meses seguintes, não encontrei respostas. Mas, sem saber o que aconteceria depois, fomos continuando este caminho. Sem mapas, mas sempre com confiança. E assim as respostas foram chegando ao longo dos tempos que se seguiram. Em forma de um momento de oração comunitário que se iniciou, de um renovado projeto de formação cristã de adultos, de ensaios que se consolidaram, de um retorno às animações das Eucaristias, de novos caminhos e caminhantes que têm surgido nesta nossa Estrada… E essas respostas também nos chegam através dos aniversários que continuamos a celebrar, da vida de cada um que persistimos em agradecer, dos abraços multiplicados e dos risos dobrados em fé e irmandade. Chegam também em novas formas de missão na nossa comunidade e que são oportunidades felizes e fecundas de vivermos ainda mais este nosso compromisso de uma vida toda para toda a vida em Igreja.

“Todos somos precisos porque todos somos preciosos.” Esta belíssima frase foi dita hoje pelo nosso querido amigo e pároco e veio fechar, com chave de ouro, esta semana tão rica que nos foi dada viver. As fotografias que aqui partilhamos são o espelho desta vida que nos acontece. E mostram a certeza que, afinal, numa só semana pode caber o Céu inteiro e que esta vida tão rica em projetos e missão comunitária é aquela que é vivida sempre na dádiva e no encontro, connosco, com os outros e com o Outro.

Ana

Dia da Mãe 2025

Hoje é Dia da Mãe, aquela que foi, desde o nosso início, a nossa primeira casa, o nosso primeiro abrigo, a nossa primeira fortaleza de amor.

Hoje é dia de agradecer a vida das nossas mães nas nossas vidas. As suas escolhas e as suas dúvidas. As suas alegrias e as suas dores. Os seus abraços e as suas exigências. As suas entregas e as suas dificuldades.

Hoje é dia de celebrar a nossa história de amor vivida com as nossas mães em cada dia que nos foi e que nos continua a ser dado para sempre, mesmo quando a separação física se impõe. Somos quem somos porque as nossas mães construíram os nossos alicerces, cuidaram das nossas raízes, fazendo sempre o melhor que os seus corações lhes diziam para fazer por nós, tendo como único guião o do amor imenso por nós. Sempre.

Neste mês de maio, a Igreja lembra diariamente a figura de Maria. Uma mãe como tantas outras mães. Com dúvidas cobertas de amor. Com medos vencidos pela coragem. Com sofrimentos apaziguados com confiança. A maior lição que as mães e os filhos podem aprender de Maria é a do amor que acontece apesar de tudo o que acontece e quando tudo acontece.

Mãe. A palavra maior que canta amor. A palavra que anuncia beijos e abraços apertadinhos. A palavra que faz bater com intensidade o amor que trazemos no coração. A palavra que é um hino ao infinito.

Feliz Dia da Mãe a todos os que são filhos e mães, porque este dia só pode existir porque existe a maior de todas as relações – a do Amor!

Ana

Inauguração e Benção da Casa da Memória

Deixamos aqui alguns registos do dia em que, em comunidade, tivemos o privilégio de participar na inauguração e bênção da Casa da Memória, um projeto há muito sonhado e desejado pela Paróquia da Matriz. Foi o culminar de muitos anos de trabalho, de projetos, de avanços e recuos, de decisões e dúvidas, de alegrias e obstáculos. Por tudo isto, o dia em que as portas da Casa da Memória se abriram foi sinónimo de reconhecimento pleno e sentido por todos nós, ficando gravado na nossa história paroquial. Como comunidade, tivemos ainda o privilégio particular de, com os nossos cânticos, vozes e instrumentos, animarmos a Eucaristia de ação de graças que antecedeu a cerimónia de bênção e inauguração da Casa da Memória. O dia foi todo ele de gratidão e de celebração de todo o caminho percorrido em comunidade na construção daquela que é a nossa Casa da Memória, o lugar privilegiado onde lembraremos e tornaremos eterno o testemunho de quem partilhou vida com cada um de nós.

No dia escolhido para a inauguração da Casa da Memória, a Igreja celebrou também o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, aqueles que são, por excelência, os guardiões das histórias, das tradições e das lembranças, ou seja, aqueles que são autênticas “Casas de Memórias”.

E ainda nesse mesmo dia, celebramos os aniversários natalícios da Lara e do Rochinha, os nossos dois guardiões e mestres na arte de cantar e tocar, dois colecionadores de memórias passadas e futuras, dois monumentos de amizade e de irmandade nesta nossa Estrada Clara.

Ser com os outros

A Festa da Francesinha Colegial 2022. Poderiam ter sido só quatro dias de convívio, comida, música e festa para a angariação de fundos para as atividades paroquiais. E se só assim fosse, já teria valido a pena. Acontece que esta Festa da Francesinha foi para além de tudo isso. Foi sinónimo de alegre partilha, novos encontros, olhares luminosos, abraços reconfortantes, palavras amigas, trabalho em equipa, ajuda presente. Foi a parábola da multiplicação dos pães e dos peixes. Foi o famoso “team building activity” que hoje tantas empresas procuram, mas que, em Igreja, já existe há muito tempo, mas com outra nomenclatura. Foi o procurar aplicar o melhor de cada um para oferecer o melhor de todos. Foi o deixar de dizer “eu” para passar a dizer “nós”.

Para quem acredita e se dispõe a isso, a vida está cheia de anúncios de Deus. Quando escrevi a reflexão para o mês de agosto, estava longe de imaginar que iria assistir, tão imediatamente, à concretização destas palavras: “Ninguém se pode tornar cristão para si mesmo. Nós somos cristãos com os outros. Enquanto Cristãos, a nossa missão é a de acolher, cuidar, abraçar, salvar.” Deus continua a querer fazer-se presente nos nossos quotidianos e de muitos modos. Fazendo parte de uma Festa da Francesinha Colegial, por exemplo.

Foi a primeira vez que, como Comunidade Estrada Clara, participamos neste evento comunitário. E sentimos uma grande alegria por vivermos estes dias em grupo, por mais este pedacinho de estrada percorrido, por as nossas estradas poderem ser partilhadas com outros em direção ao Outro. Sentimos que, mais uma vez, é sempre possível fazer brilhar a Luz de cada um no mundo. A servir francesinhas, a registar os pedidos, a tirar finos, a descascar batatas, a entregar sobremesas. E assim também se diz Comunidade com a vida.

Um agradecimento amigo aos nossos “chefes”, Arminda e Mário, que nos fizeram sentir sempre em casa de uma forma bonita e são exemplo de dedicação, trabalho e alegria deste evento. A nossa gratidão ao padre Avelino por, mais uma vez, nos lançar estes “desafios”, acreditando connosco e seguindo caminho, ao nosso lado, na nossa Estrada Clara.