A ti, que nos dás a força.
A ti, que nos impões
simplicidade.
A ti, que nos acordas
e com o rosto sereno
nos ergues de manhã.
A ti, que nada pedes
a não ser um pouco de música
e nada exiges
e nos dás a tua própria ternura.
A ti, que diariamente nos acolhes
e nos trazes riso fresco
e nos dás uvas
e nos fazes cantar
nas horas difíceis.
A ti, que ofereces água
a todos que passam
e mostras um caminho
aos loucos iluminados.
A ti, que com a tua dança,
o teu ritmo, o teu fogo
transformas as paisagens
e deixas ruas cor de ouro
e deixas árvores cor de linho.
A ti, que estás suspensa na noite
como uma lua branca,
e nos enches com a tua claridade
e nos dás o mel e a confiança,
o sol desta alegria de crianças.
A ti, esperança, dedico
agora e sempre
este poema.
João Rui de Sousa