
Quantas alegrias deixamos que ocupem o nosso coração? Quantos caminhos nos conduzem a uma vida de gratidão? Durante esta semana que ontem terminou, estas questões foram a minha companhia. Há semanas que se medem em dias. E há outras que se medem em graças. Esta foi uma dessas — uma semana onde o tempo pareceu abrir-se em mil gestos de Deus.
Deus faz sempre realmente muito mais do que aquilo que nós esperamos. Nesta mesma semana, há cinco anos, o Jorge tinha acabado de partir e, consequentemente, outras perguntas invadiam-nos o coração e o corpo: “E agora? Como continuamos daqui para a frente? Como vamos viver todos os próximos anos sem ele? Quem nos vai orientar, ter ideias, entusiasmar? O que vamos fazer?”. Na altura e nos dias e meses seguintes, não encontrei respostas. Mas, sem saber o que aconteceria depois, fomos continuando este caminho. Sem mapas, mas sempre com confiança. E assim as respostas foram chegando ao longo dos tempos que se seguiram. Em forma de um momento de oração comunitário que se iniciou, de um renovado projeto de formação cristã de adultos, de ensaios que se consolidaram, de um retorno às animações das Eucaristias, de novos caminhos e caminhantes que têm surgido nesta nossa Estrada… E essas respostas também nos chegam através dos aniversários que continuamos a celebrar, da vida de cada um que persistimos em agradecer, dos abraços multiplicados e dos risos dobrados em fé e irmandade. Chegam também em novas formas de missão na nossa comunidade e que são oportunidades felizes e fecundas de vivermos ainda mais este nosso compromisso de uma vida toda para toda a vida em Igreja.
“Todos somos precisos porque todos somos preciosos.” Esta belíssima frase foi dita hoje pelo nosso querido amigo e pároco e veio fechar, com chave de ouro, esta semana tão rica que nos foi dada viver. As fotografias que aqui partilhamos são o espelho desta vida que nos acontece. E mostram a certeza que, afinal, numa só semana pode caber o Céu inteiro e que esta vida tão rica em projetos e missão comunitária é aquela que é vivida sempre na dádiva e no encontro, connosco, com os outros e com o Outro.
Ana