
Domingo
Faça-se Luz
Faça-se Luz.
Faça-se Luz na tua vida. Leva Luz até à tua vida. Não lhe dês muito brilho, mas intensidade. Ilumina bem o que és. Ilumina os teus dons. Ilumina as tuas falhas. Leva Luz a todos os teus cantos e recantos. Leva Luz aos altares e aos túmulos da tua vida.
Leva contigo a Luz que te liberta da culpabilização. Leva contigo a Luz que aqueça as tuas sombras. Leva contigo a Luz que te ajuda a contemplar e a contemplar-te. Leva contigo a Luz que te permite encontrar-te. Leva contigo a Luz que te enamora com a vida. Leva contigo Aquele que é a Luz.
Leva contigo a Luz…
Faça-se Luz.
Faça-se Luz em tudo o que és e fazes. Que sejas a Luz de tantos homens e mulheres. Que sejas a Luz que acolhe todos sem julgamentos. Que sejas a Luz que reza em cada c(oração). Que sejas a Luz que se gera em perdão. Que sejas a Luz da criação. Que sejas a Luz daqueles que não O vêem.
Faça-se Luz.
Faça-se Luz no teu olhar. Faça-se Luz no teu abraço. Faça-se Luz no teu cumprimento. Faça-se Luz nos teus medos e nas tuas inquietações.
Leva a Luz contigo. Leva a Luz em ti. Leva a Luz bem ao fundo de ti.
Se a Luz estiver em ti, então Ele estará contigo. Não estará para julgar, mas para acolher. Não estará para condenar, mas para Se doar.
Faça-se Luz para que o Seu amor demore-se em ti.
Emanuel António Dias in “imissio.net”
Segunda-feira
O coração voa fora de nós
O melhor de nós não é para nós. O coração vai para onde depositarmos a nossa atenção, as nossas esperanças e os nossos cuidados. Só raras vezes o nosso coração está dentro do nosso peito, e isso é bom. Muito.
Há infernos escondidos dentro de nós. Poços nos quais aqueles que se julgam mais do que são, aqueles que julgam que as aparências são mais importantes do que a verdade, aqueles que julgam bastar-se a si mesmos.
Há paraísos que podem ser encontrados. Corações em paz que acalmam as mais revoltas tempestades das nossas vidas.
É assim a um tal ponto que, por vezes e em certas pessoas, o ar que rodeia o corpo ganha uma cor subtil e muito bela. Quando se movem parecem cometas que deixam ouro espalhado por onde passam!
Outros há que, por terem assim o coração tão exposto, sentem tudo. As suas dores e as do mundo inteiro. Abraçam os corações que sofrem e com generosidade partilham o peso das angústias e dos desesperos, mas também se alegram com os que rejubilam pelas alegrias da vida!
O amor faz com que os corações se entreguem e se forme uma nuvem que permite aos que o aceitem caminhar por cima dos buracos e pedras deste mundo enganador.
O coração voa fora de nós e faz-nos voar, eleva-nos e leva-nos até ao ponto mais alto da existência: o céu! Ver o mundo através dos olhos do amor é admirar o coração de tudo o que nos rodeia.
Amar não é uma liberdade que se perde. É uma vontade de ser rico por se haver dado tudo!
E amor é tudo aquilo de que o mundo precisa.
José Luís Nunes Martins in “www.agenciaecclesia.pt”
Terça-feira
Deus da esperança
A expressão “Deus da esperança” não significa somente que Deus é o objeto da nossa esperança, ou seja, Aquele que esperamos alcançar um dia na vida eterna; quer dizer também que Deus é Aquele que já neste momento nos faz esperar, aliás, nos torna «alegres na esperança» (Rm 12, 12): alegres agora por esperar, e não só esperar para ser alegres. É a alegria de esperar e não esperar para ter alegria, já hoje. “Enquanto houver vida, haverá esperança”, diz o ditado popular; e é verdade também o contrário: enquanto houver esperança, há vida. Os homens necessitam de esperança para viver e precisam do Espírito Santo para esperar.
São Paulo atribui ao Espírito Santo a capacidade de nos fazer até “transbordar de esperança”. Transbordar de esperança significa nunca desanimar; significa esperar «contra qualquer esperança» (Rm 4, 18), ou seja, esperar até quando falta qualquer motivo humano para esperar, como aconteceu com Abraão no momento em que Deus lhe pediu para sacrificar o único filho, Isac, e como sucedeu também, ainda mais, com a Virgem Maria aos pés da cruz de Jesus.
O Espírito Santo torna possível esta esperança invencível dando-nos o testemunho interior de que somos filhos de Deus e seus herdeiros (cf. Rm 8, 16). Como poderia Aquele que nos entregou o seu único Filho não nos dar também com Ele todas as coisas? (cf. Rm 8, 32). «A esperança — irmãos e irmãs — não desilude: a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5). Portanto, não desilude, porque há o Espírito Santo dentro de nós que nos impele a ir em frente, sempre! E por esta razão, a esperança não desilude.
Há mais: o Espírito Santo não nos torna somente capazes de esperar, mas inclusive de ser semeadores de esperança, de ser também nós — como Ele e graças a Ele — “paráclitos”, ou seja, consoladores e defensores dos irmãos, semeadores de esperança. Um cristão pode semear amarguras, pode semear perplexidades, e isto não é cristão, e quem faz isto não é um bom cristão. Semeia a esperança: semeia óleo de esperança, semeia perfume de esperança e não vinagre de amargura e de desesperança.
Papa Francisco in “Audiência Geral de 31.05.2017”
Quarta-feira
Sabermo-nos caminhantes
O caminhar pela vida traz, em todos os momentos, um arriscar perante o mistério do que nos espera, bem como do mistério daquilo que somos.
Quando nos arriscamos a caminhar verdadeiramente pela vida apercebemo-nos que ela não se realiza no centro dos nossos desejos, mas na partilha e na comunhão daqueles que, como nós, também caminham perante as suas incertezas. Numa convivência que ganha sentido quando despida de superioridades, julgamentos ou ambições.
Sabermo-nos caminhantes não nos diminui, mas coloca-nos, antes de mais, na certeza de que nos igualamos na diferença. E que a beleza se revela exatamente nesta possibilidade de nos intercetarmos com todas as nossas idiossincrasias.
Viver isto no dia-a-dia é desafiante e pode, inclusive, levar-nos a um sério questionamento sobre o que queremos, o que fazemos e o que procuramos. Mas arriscar nesta vivência de dirigir o nosso olhar para um todo e não somente para o nosso umbigo cheio de certezas ou de moralismos dar-nos-á a oportunidade de podermos ser mais. Mais humanos. Mais empáticos. Mais sensíveis. Mais presentes.
Sabermo-nos caminhantes. Todos e todas. E, desta forma, fazermos caminho que nos liberta, que nos cura e que nos renova. Sabermo-nos caminhantes para que ninguém fique para trás.
Emanuel António Dias in “imissio.net”
Quinta-feira
Jesus Cristo
Jesus Cristo, tu vens transfigurar-nos para nos renovares à imagem de Deus: ilumina as nossas trevas.
Jesus Cristo, luz do coração, tu conheces a nossa sede: conduz-nos em direção à fonte do teu Evangelho.
Jesus Cristo, luz do mundo, tu iluminas cada ser humano: concede-nos discernir a tua presença em cada pessoa.
Jesus Cristo, amigo dos pobres: abre em nós as portas da simplicidade para te acolhermos.
Jesus Cristo, manso e humilde de coração: renova em nós o espírito da infância.
Jesus Cristo, tu que concedes à Igreja a preparação do teu caminho no Mundo: abre a todos as portas do teu Reino.
Jesus Cristo, sem te termos visto, nós amamos-te. E sem te vermos ainda, nós confiamos em ti.
Jesus nossa alegria, quando compreendemos que tu nos amas, algo nas nossas vidas é apaziguado e mesmo transformado. Nós perguntamos-te: Que esperas tu de mim? E, pelo Espírito Santo, tu respondes: que nada te perturbe, eu rezo em ti, ousa o dom da tua vida.
Comunidade de Taizé in “taize.fr”
Sexta-feira
Só o Amor salva
Segundo o Novo Testamento, o que salva é o amor. O amor de Deus manifestado no dom do Filho à humanidade, o amor com que Jesus viveu e com que fez da sua própria morte um ato de amor e de doação, o amor com que amou os seus até ao extremo, até ao ponto de não retorno.
Não é a cruz que salva, mas a vida plena de amor daquele que foi estendido nela, um amor mais forte que a morte e que funda o evento da ressurreição. Não é o sofrimento que salva, mas o amor com que se vivem e se elaboram as situações de sofrimento e de luto. O amor também dá sentido ao paradoxo do sofrimento, à desumanidade e ao absurdo da cruz. É o amor que também leva a fazer da morte não um fim definitivo, mas um ato transitivo em que se dá mais uma vez e em que se gera para a vida.
A confiança no amor, crer no amor e a capacidade de confiar são condições de fundo para deixar agir em si as energias da salvação. O amor é a experiência ética e estética, de bondade e de beleza, em que Jesus encontrou a sua felicidade.
Luciano Manicardi in “Viver uma fé adulta – Itinerário para um Cristianismo credível”
Sábado
Sentido de Hu(Amor)
A vida gosta de nos virar do avesso. Deus brinca. Nós é que nem sempre o conseguimos ver e perceber o seu sentido de (Hu)amor. Às vezes é tão simples, tão óbvio que nos perdemos em viagens interiores e exteriores para lhe chegar.
Deus brinca. Saibamos percorrer os caminhos por onde nos leva com sentido de (Hu)amor. Saibamos deixar-nos envolver pelos seus braços. Fechemos os olhos e entreguemo- nos ao Seu amor. Deixemo-nos abraçar por Deus. Deixemos que Ele nos viaje pelo avesso e que nos conheças as entranhas. Deixemo-nos ser abraçados pelo lado de dentro. Deixemo-nos ser tocados nas feridas. Deixemos que Deus nos cure. Deixemos que Deus ame cada pedaço de nós. Deixemos que Deus nos conheça. Abramo-nos ao outro. Confiemos-lhe toda a nossa vida.
Deixemos que Deus transforme todos os nossos medos em confiança, tempestades em bonança e monstros em serenidade. Deixemos que Deus transforme toda a nossa vida. Entreguemos-lhe toda a nossa vida. Entreguemos-lhe tudo aquilo que somos, tudo o que não somos e tudo o que queremos ser. Deixemo-nos ser instrumento, deixemos que nos toque, afine e nos transforme em arte. Deixemos que Deus nos troque as perguntas. Quando tudo for negro confiemos que Ele é a luz. Quando não o ouvirmos confiemos que está em silêncio. Quando nos trocar as voltas confiemos que está brincando com a nossa vida para que cheguemos aonde nos esperam. Quando não soubermos o que fazer confiemos que está em silêncio, como um professor durante um exame.
Muitas são as lágrimas. Muito é o cansaço. Muitos são os desafios. Tantos são os dias nublados. Tantos são os silêncios que parecem vazios de Ti. É árduo. Todos os caminhos serão. Mas quando é o caminho é de Amor há uma força que vem de Ti e nos faz capazes de amanhecer de paz e amor. Quando somos instrumento de Ti, quando os nossos planos são ser as Tuas as mãos não há desafio que não seja passível de superar, não há dificuldade, tempestade, vazio, lágrima, espinho que não se resolva com Amor.
Confiemos. Entreguemo-nos à Sua vontade. Que os nossos planos sejam os d’Ele. Que a nossa vida seja o que Ele quiser que seja. É difícil mas se lhe entregarmos a vida aqui experimentaremos aqui o paraíso de viver no Seu Amor. Ouçamos a sua voz dentro do nosso coração e sem medo façamos o que Ele tanto nos segreda. Saibamos que “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos” e que nos conduz sempre a prados verdejantes. Confiemos.
Paula Ascensão in “imissio.net”